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Poder

Haddad X Marta X Aloizio, a nova luta interna no PT

Ministro da Educao avisa partido que quer ser prefeito de So Paulo em 2012; Lula gosta dele; Marta lidera em todas as pesquisas; Mercadante corre por fora; quem derrota quem?

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Marco Damiani, 247 _ Uma nova frente de luta interna está aberta no PT. Com todas as letras, diante da direção partidária, o ministro da Educação, Fernando Haddad, informou que pretende ser candidato a prefeito de São Paulo, pelo partido, em 2012. O lugar também é disputado pela senadora Marta Suplicy, que, neste momento, lidera as pesquisas de opinião. Mais discreto, mas não menos interessado no cargo, está o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante. Cada um deles tem uma estratégia própria para se credenciar, dentro do partido, a enfrentar o já lançado Gabriel Chalita, do PMDB, e o ‘bicho papão’ José Serra, que irá negar até a última hora, mas deve ser o concorrente pelo PSDB.

“Se for Serra, vamos de Marta. Se houver um ‘novo’, vamos de ‘novo’”, diz um alto dirigente do PT paulistano. Entre os três postulantes do partido, Haddad, de longe, é o que mais tem problemas com sua imagem pública. Dentro do partido e entre amigos, ele é admirado como intelectual de viés marxista e gestor de uma máquina complexa. Afinal, é ministro da Educação desde 2005. Seu principal cabo eleitoral, internamente, é, até agora, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que vem assoprando a correligionários estar em busca “do novo”. Nas ruas, porém, Haddad, quando lembrado, é visto como o executivo que presidiu a violação do sigilo das provas do Enem, em 2009 – episódio do qual, de resto, o concurso jamais se recuperou em termos de prestígio.

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Este ano, Haddad estrelou novas trapalhadas. Em série. A grosseria das cartilhas anti-homofóbicas, vetadas pela presidente Dilma depois de terem custado mais de R$ 14 milhões aos cofres públicos, emergirá, necessariamente, à tona na campanha – isso se ele chegar a ter seu nome na urna eletrônica. E, até com mais ênfase, o público não terá como esquecer a conta “10 menos 7 igual a 4”, resultado errado (o certo é 3) multiplicado milhões de vezes em um livro didático chancelado e distribuído pelo Ministério da Educação. Antes desse tragicômico escândalo, Haddad também esteve no centro dos debates em relação ao material escolar que sustenta que a linguagem popular, diversa do português que deveria ser aprendido nos bancos escolares, é válida para ensino e apreensão nas escolas públicas.

Com esta bagagem, e ainda mal conhecido do grande público, Haddad não consegue alcançar dois dígitos nas pesquisas de opinião sobre as eleições municipais em São Paulo. Para melhorar seu desempenho, ele vem circulando com mais freqüência pela periferia de São Paulo, procurando promover seu próprio nome. Ali, mesmo que não queira, vai esbarrando no prestígio acumulado pela senadora Marta Suplicy. Quando prefeita (2001-2005), Marta salpicou os bairros mais afastados de CEUs – Centros Educacionais Unificados --, grandes escolas com ampla infraestrutura para esportes e lazer, o que inclui piscinas, teatros e salas especiais. Por essas e outras – ela acaba de sair das urnas com 8,3 milhões de votos --, a petista chega a mais de 40% em alguns levantamentos de intenção de voto que estão em seu poder. Nestes, José Serra vai a perto de 30%. Os números são, desde já, os melhores argumentos de Marta para convencer o partido a dar a ela o direito de disputar, mas não se sabe se a missão chegar a bom termo. Na disputa para o Senado, a pré-candidata irritou-se com o apoio partidário ao concorrente Netinho, do PC do B, que atuou em coligação com o PT. O então candidato a governador, Aloizio Mercadante, mal conseguiu esconder como se sentia bem melhor ao lado dele do que de sua colega de partido. Marta e o ministro, desde aquele tempo, mal se falam. O problema, para ela, é que a máquina partidária parece ser mais inclinada para Aloizio. “Marta não quer ser candidata”, registrou o ex-ministro e sempre poderoso José Dirceu, semanas atrás, contra todas as evidências em contrário. Ou seja, ‘nas internas’, a senadora terá muitos embates a vencer.

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Correndo por fora, o ministro Mercadante parece estar muito feliz no cargo que lhe foi dedicado pela presidente Dilma. Apenas em programas de incentivo à pesquisa e inovação, ele pilota verbas superiores a R$ 2 bilhões este ano. Além disso, está à frente, ao lado de Paulo Bernardo, das Comunicações, do assunto tablets, no qual circula a implantação da fábrica da Foxconn no Brasil, que promete gerar até 100 mil empregos. Há, com Mercadante, todo um pacote de incentivo à indústria nacional. Somado a essas atrações do cargo, existe a palavra da presidente Dilma de que, quem sair para concorrer a cargo eletivo, não voltará para o ministério. Mercadante vai arriscar? Mesmo que não tiver disposição para a corrida, ele deverá fechar com Haddad ou algum anti-Marta que aparecer. Como se vê, o teatro de operações para mais uma luta interna no PT está ganhando personagens.

 

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