“Incomodada”, banqueira Neca Setúbal se afasta da campanha de Marina. Será?

247 - Maria Alice Setúbal, herdeira do Banco Itaú, dona de 1,3% das ações do grupo de sua família, equivalentes a 0,5% do Itaú Unibanco, usou a Folha de S.Paulo para anunciar que não estará na campanha presidencial de Marina Silva este ano, depois de ter ocupado papel central nas campanhas de 2010 e 2014. Neca, como é conhecida, disse ao jornal se sentir "incomodada" ao ser identificada como banqueira. A Folha é utilizada informalmente pelos Setúbal para suas comunicações públicas

A reportagem é uma resposta ao artigo do Brasil 247 postado na última quinta (14) sob o título "Herdeira do Itaú, que apoiou o golpe, agora pede 'pacto pela democracia'" (leia aqui), que gerou o "incômodo" em Neca Setúbal. A Folha usualmente qualifica-a de "socióloga e educadora" mas, desta vez, informou seus leitores que Maria Alice é "acionista do Itaú". A reportagem, vazada em termos simpáticos, à banqueira, diz que ela foi "amuleto e calcanhar de aquiles da candidata" na eleição de 2014, quando coordenou o programa de governo de Marina. Teria sido "amuleto" por ser a "sombra" de Marina; e calcanhar de aquiles, segundo o jornal, por sua ter dado "munição para atacar Marina e associá-la negativamente a interesses do mercado. A Setubal foi escolhida símbolo maior de influência dos bancos na chapa".

Ela não informou as razões de seu afastamento nem foi questionada pelo jornal quanto a isso. Apesar do anúncio, Maria Alice Setúbal revelou que está a indicando "organizações aptas a colaborar" com Marina. As presenças dos economistas neoliberais Eduardo Gianetti da Fonseca e André Lara Resende como responsáveis pelo programa da campanha são a garantia de que os interesses do Itaú serão preservados -Lara Resende, historicamente ligado aos tucanos e um dos "pais" do Plano Real, é banqueiro, como Neca.

Leia aqui a reportagem na íntegra, se quiser.