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Jorge Viana alerta: “Brasil vive uma guerra”

Senador Jorge Viana (PT-AC) adverte para o agravamento da violência urbana, com a morte de 60 mil pessoas por ano, e o deslocamento do crime organizado para o Norte e Nordeste; parlamentar do Acre quer um plano de combate ao crime, pois mantido esse padrão de violência, o "Brasil terá 1,2 milhões de homicídios em 20 anos", alerta Viana

jorge viana (Foto: Charles Nisz)
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247 - O Brasil está passando por uma grave crise de violência urbana, com a ocorrência de 60 mil homicídios por ano, e o deslocamento ds grupos do crime organizado para as regiões Norte e Nordeste. “Temos que assumir que, há 147 anos, o Brasil não tem guerra com ninguém, mas está fazendo a pior delas, pois está sendo de uma guerra entre brasileiros”, alertou o senador Jorge Viana, em discurso proferido da tribuna nesta quinta-feira. “São 60 mil mortes por ano. Se isso não for guerra, eu não sei mais o que é”.

“Em 20 anos, teremos 1,2 milhão assassinatos no Brasil”, alertou. “Há mais quase 50 mil mortes no trânsito, que, em boa parte, são assassinatos também. Há pelo menos 100 mil brasileiros que perdem a vida todos os anos”. Segundo Jorge Viana, o Brasil está hoje entre os países mais violentos do mundo e que mais perdem vidas para a violência, que toma conta da sociedade, especialmente atrelada ao crime organizado e à presença das drogas.

Viana defendeu que as instituições comecem a discutir para apresentar ao país um plano estratégico de combate à violência, com metas estabelecidas, para trazer de volta a paz ao país. “Não adianta o Judiciário querer discutir a questão da população carcerária separadamente, nem a Polícia Federal querer agir sozinha. Não adianta as polícias civis e militares fazerem ação sozinhas ou a Polícia Rodoviária Federal”, disse. “O crime organizado só será vencido neste país – e faço disso o sinônimo da violência – quando sociedade, lideranças religiosas, da sociedade civil, autoridades e instituições se juntarem e estabelecerem um plano com metas bem definidas e um plano de ação que possa somar esforços”, apontou.

Segundo o senador, o perfil da população carcerária no Brasil mudou profundamente na última década. “Há 15 anos, havia no Brasil perto de 10% da população carcerária vinculados à questão das drogas, e esse número agora passa de um terço”, comentou. O assunto foi abordado por Jorge Viana também durante audiência pública na Comissão de Relações Exteriores do Senado, realizado pela manhã com a presença do ministro da Defesa, Raul Jungmann. “Há uma prisão dos brasileiros e das brasileiras nas suas casas, nos seus locais de trabalho. E o risco, quando se expõe num bairro, numa caminhada, numa rua de qualquer cidade do país. Eu acho isso muito grave, eu acho isso muito sério”, disse na tribuna.

Jorge Viana considera o Código Penal ultrapassado. “Uma pessoa, para ficar presa dez anos, tem de matar quatro. Há um número cada vez maior de assassinatos sem autoria, que são execuções nas cidades”, advertiu. “Não tenho nenhuma dúvida de que polícias civis, a Polícia Militar, por mais sérias que sejam, elas não conseguirão vencer e dar a segurança que a população quer. Não importa em que Estado, não importa em que cidade. Não conseguirão”.

“A violência está derrotando o Brasil”, alertou o senador. Ele lembrou que quando assumiu o governo do Acre, nos anos 90, o número de assassinatos no estado era um dos maiores do Brasil: mais de 50 registros por cada grupo de 100 mil. “Quando saí do governo, esse número estava abaixo de 20 por cada grupo de 100 mil”, disse. “Hoje, há uma situação gravíssima que pode e deixa, de tempos em tempos, governadores reféns, prefeitos e, pior, a sociedade inteira refém do medo. Isso é muito grave”.

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