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      Kassab e Meirelles abrem chapa de centro em SP

      Pelo PSD, ex-prefeito e ex-presidente do Banco Central saem a campo em pré-campanha; neste sábado 1, visitaram lado a lado festas populares no interior paulista; Gilberto Kassab e Henrique Meirelles se preparam para serem candidatos, respectivamente, a governador e senador; "Já estamos em campo, mas ainda no aquecimento", disse Kassab ; Meirelles lembra que "ainda há muito tempo para uma definição, mas estou ponderando"; ambos veem espaço para uma chapa de centro nas eleições paulistas de 2014; correm por fora, têm fôlego e buscam atropelar medalhões do PSDB e do PT; páreo eleitoral ganha alternativa

      Kassab e Meirelles abrem chapa de centro em SP
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      Marco Damiani - 247 – O ex-prefeito Gilberto Kassab e o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles mandaram, neste sábado 1, um recado direto para os eleitores e adversários: eles estão no páreo de 2014.

      Presidente do PSD e diretor do Conselho de Economia do partido, respectivamente, Kassab mira o governo do Estado e Meirelles, a vaga de senador por São Paulo. Até aqui, ambos estavam um tanto retraídos, à espera de mais nitidez no quadro político, mas agora começam a botar o bloco do centro na rua.

      - Já estamos em campo, mas ainda no aquecimento, disse Kassab em visita às festas da goiaba e do figo de Valinhos, na região de Campinas.

      Com Meirelles a tiracolo, o ex-prefeito completou: "Estamos ouvindo o partido e a sociedade com os olhos atentos ao problemas e, também, para as potencialidades do nosso Estado."

      A dúvida sobre se Meirelles estaria disposto a concorrer ao Senado também, em parte, se dissipou com o périplo deste sábado.

      - Ainda há tempo, lembrou ele, referindo-se aos prazos de registro de candidatura, que se estendem até o meio do ano. "Estou ponderando", aquiesceu.

      Envolvido em diferentes cargos em conselhos de administração e diretos de grandes empresas, Meirelles é um apaixonado pela atividade política. Eleito deputado federal melhor votado de Goiás, em 2002, abriu mão do posto para ser presidente do BC no governo Lula. Ao superar as questões funcionais, ele estará livre para concorrer ao Senado pelo PSD. Até lá, porém, mesmo sem abrir com todas as letras a sua definição, Meirelles pretende acompanhar Kassab cada vez mais nos giros políticos do ex-prefeito.

      - Somos um partido de centro e, nessa medida, temos ideias claras para apresentar e um espaço importante para ocupar, acrescentou Kassab.

      EM FAIXA PRÓPRIA - Como linha estratégica, não há muito porque em criticar Kassab. Ao contrário. Numa disputa em que o campo da esquerda está todo ele tomado pelo pré-candidato Alexandre Padilha e na qual o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, do PMDB, concorre pela direita, numa faixa dividida com o governador Geraldo Alckmin, do PSDB, Kassab teria de marcar uma outra posição. Desde o surgimento do PSD ele disse que sua agremiação não seria nem de situação nem de oposição, nem de direita nem de esquerda. Isso, goste-se ou não, é típico do centro. Kassab está apenas dando prosseguimento ao seu jogo político. 

      Para os adversários, será melhor prestar bem atenção nos movimentos de Kassab. Com a ex-vice-prefeita Alda Marco Antônio desempenhando a função de agitadora partidária, o PSD já realizou 43 reuniões, todas numerosas, em cidades do interior do Estado nas últimas semanas. O partido tem um cronograma pré-estabelecido, que vai sendo cumprido, inicialmente, pela mobilização de suas bases.

      - O sentimento já é de empolgação pela existência da nossa alternativa, afirmou Alda na sexta-feira 31, em Sorocaba, onde comandou uma reunião com 250 militantes do PSD Mulher, a seção feminina da agremiação.

      Presidente nacional do PSD, Kassab ainda conta com o ministro Afif Domingos, das Micros e Pequenas Empresas, como forte cabo eleitoral no Estado. Ex-candidato a presidente da República em 1989 e vice-governador eleito, Afif tem ao seu lado a simpatia das associações comerciais, setor do qual foi dirigente, e um forte tino para o marketing eleitoral, atividade em que é craque. 

      PARA O BEM E PARA O MAL - Nas suas contas, além de somar os diferentes perfis de seus aliados, Kassab procura reconhecer suas próprias características. Certo de já ser conhecido o suficiente na capital – para o bem e para o mal --, Kassab aposta na avenida eleitoral do interior do Estado para avançar sua caravana eleitoral. Vereador, deputado estadual, deputado federal e prefeito de São Paulo, ele tem usado sua experiência política, que até aqui não conheceu nenhuma derrota eleitoral, para aproveitar o que considera serem falhas dos adversários.

      - Há um cansaço com o governo Alckmin, o que é compreensível pelos 20 anos em que o PSDB está no poder em São Paulo, calcula Kassab. "E o ministro Alexandre Padilha, pelo PT, primeiro tem de se tornar conhecido para só depois conhecer qual é seu tamanho real na eleição de São Paulo", continuou, político, o ex-prefeito.

      Integrante da base aliada do governo Dilma, do qual poderia ter sido ministro se quisesse, Kassab avança na consolidação do PSD sem comprar brigas desnecessárias. Ele reconhece que um bom desempenho eleitoral em São Paulo é condição si ne qua non para esse projeto. "Temos todos os motivos e condições para lançarmos uma candidatura própria", acrescenta Kassab.

      Hoje em quatro lugar nas pesquisas de opinião, o ex-prefeito projeta o tamanho do PSD, hoje, em 15% do eleitorado paulista. Mas, contando com os erros e os desgastes dos adversários, ele também acredita que pode dobrar de tamanho.

      - A nitidez é uma das nossas qualidades. Quem procurar pelo centro do espectro político vai nos encontrar. Não quero entrar em brigas e picuinhas, mas apresentar um programa de governo consistente e que gere debate, contou ele.

      Na festa da uva de Jundiaí, Kassab e Meirelles mostraram que estão bem no corpo a corpo, bem dispostos a comer pastéis e comprar caixas de frutas. Declarado pela Justiça como isento no caso Controlar e depois que todas as apurações até aqui da máfia dos fiscais do ISS não chegaram no seu nome, Kassab está leve e solto para fazer o que já provou que faz bem: política partidária e eleitoral. O quadro de 2014 em São Paulo acaba de ganhar mais um personagem de peso.

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