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Lábia de Lula faz milagre?

Ex-presidente grava primeira aparição no programa do candidato Fernando Haddad; gastos da campanha ultrapassam os de José Serra, sempre um candidato rico, mas desempenho ainda não chegou a 10% de intenções; petista aposta tudo no presidente ao seu lado; Lula vai conseguir?

Lábia de Lula faz milagre? (Foto: Edição/247)
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247 – Liberado pelos médicos para "fazer o que quiser", mas ainda com a voz prejudicada, ex-presidente Lula fez questão de ser o primeiro a gravar para o programa do candidato Fernando Haddad, do PT, a ser exibido no horário eleitoral gratuito pela televisão. Ao lado de Haddad, ele foi ao Parque da Independência, em São Paulo, próximo ao Instituto da Cidadania, de onde despacha, para explicitar, em mensagem, que o ex-ministro é o seu candidato. A presidente Dilma, de quem o postulante petista esperava o mesmo papel, mandou recados no início da semana aos dirigentes da campanha de que não irá se envolver diretamente na disputa. A missão de alavancar Haddad nas pesquisas de intenção de voto, nas quais ele ainda não chegou a 10% de intenções, ficou integralmente para o ex-presidente. "Metade das pessoas que já me conhecem ainda não sabem que eu sou o candidato do presidente Lula", disse Haddad em entrevista ao 247. "A presença dele na televisão vai consolidar e ampliar esse voto".

Já houve casos, em São Paulo, de candidatos que saíram de um patamar inferior ao que Haddad tem hoje nas pesquisas, marcando 8% de intenções no instituto Datafolha e 6% pelo Ibope, chegaram ao segundo turno e venceram as eleições. O caso de Luiz Antônio Fleury Filho, em campanha para o governo do Estado, em 1989, é clássico. Ele marcava 2% no início da disputa, mas carregado pelo então governador Orestes Quércia bateu Paulo Maluf na segunda rodada eleitoral. Será que Lula terá a força para realizar o mesmo milagre político?

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A julgar pelo seu próprio desempenho na pesquisa Datafolha sobre preferências para a eleição presidencial de 2014, que lhe garantiu, na semana passada, massacrantes 69% de intenções, Lula pode, sim, alçar Haddad ao segundo turno. Para apoiá-lo, apesar das ausências da presidente Dilma e da senadora Marta Suplicy, o PT está fazendo o que pode.Os gastos de campanha, nesta fase anterior ao inicio do horário eleitoral gratuito, em 21 de agosto, já superam os dos tucanos de José Serra, que tradicionalmente fazem campanhas de orçamentos altos. O partido de Haddad declarou à Justiça Eleitoral previsão de gastos de R$ 96 milhões, contra R$ 90 milhões do PSDB. ´

Com pouco mais de sete minutos no horário político, Haddad já avisou que ligará seu nome, o tanto quanto possível, às realizações de Lula na Presidência da República. "Eu tive a sorte de trabalhar num governo que mudou a história do País", diz o candidato. A questão é saber o quanto o eleitorado paulistano, de corte mais conservador em sua classe média, e atraído, hoje, pelo nome do ex-deputado Celso Russomano, do PRB, nos segmentos mais populares – ele está com 26% no Datafolha e vai se consolidando como a grande zebra desta eleição --, irá se deixar seduzir pela famosa lábia de Lula. Junto ao povão, o ex-presidente nunca falhou com sua popularidade, mas com Haddad terá uma de suas provas mais difíceis de transferência de prestígio.

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