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    Lula "ordenou" mensalão, diz advogado de Jefferson

    Luiz Barbosa, que defende o delator do mensalão, Roberto Jefferson, diz que, já que o Supremo aceitou a denúncia, o ex-presidente "seria um pateta" se não tivesse ordenado o suposto esquema; segundo ele, seu cliente exagerou ao dizer, à época do surgimento do escândalo, que Lula era um homem inocente

    Lula "ordenou" mensalão, diz advogado de Jefferson (Foto: Edição/247)
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    247 - O advogado do delator do mensalão, Roberto Jefferson, deixou bem claro nesta terça-feira a linha de defesa de seu cliente: para desqualificar  o processo do mensalão, Luiz Barbosa vai alegar que o ex-presidente Lula deveria estar entre os 38 réus que começam a ser julgados no dia 2 de agosto pelo Supremo Tribunal Federal (STF). "O Supremo considerou plausível para iniciar o processo que três ministros - José Dirceu, Anderson Adauto e Luiz Gushiken - estariam pagando deputados federais para votarem projetos de lei de iniciativa do presidente da República. Eles (ministros) foram os auxiliares e ele (Lula) ordenou, sim, que se fizesse aquilo que diz a acusação. Se ele não tivesse ordenado, seria um pateta. É claro que os ministros não mandavam mais do que ele (Lula)", disse o advogado ao Estadão.

    Segundo o advogado, Jefferson disse, à época da denúncia, em 2005, que o então presidente da República era "inocente" por "licença poética, por recomendação minha". "Naqueles dias turbulentos ele não deveria atacar Lula e Dirceu a um só tempo. O Lula não sabia nem onde apagava a luz, o Dirceu tinha controle total do governo. Então o alvo foi o Dirceu", diz Luiz Barbosa. "Não demorou nem dois dias e ele deixou o governo (Dirceu era chefe da Casa Civil) e voltou para a Câmara. Eu acho que o Roberto Jefferson exagerou dizendo que Lula era um homem inocente. De todo modo, o responsável pela defesa sou eu. Tenho total liberdade, sob pena de não patrocinar a defesa. É meu trato com ele", finalizou.

    Jefferson passa por cirurgia para retirar um tumor no pâncreas no dia 28 de julho e não irá ao Supremo para o julgamento, mas o advogado diz que a decisão de não comparecer no dia havia sido tomada antes do diagnóstico. "Não é produtivo, não ajuda o julgamento", explicou. O advogado rejeita os dois crimes (de corrupção passiva e lavagem de dinheiro) atribuídos ao cliente pela Procuradoria Geral da República.

    O ex-deputado, cassado em setembro de 2005, disse ter recebido R$ 4 milhões do PT para o PTB, do qual Jefferson é presidente nacional. "Esse processo não poderia ter existido e foi feito para silenciá-lo, porque ele seria a melhor testemunha de acusação", argumenta o advogado. "Ele recebeu R$ 4 milhões e deveria ter recebido R$ 20 milhões para a eleição municipal de 2004. E que lavagem de dinheiro se o PT na época era uma vestal incontestável?", questiona. "Ele (Jefferson) não poderia suspeitar da origem do dinheiro, nem ele nem ninguém", diz Barbosa, para quem, salvo no caso dos réus que respondem por evasão de divisas, o julgamento "vai ser um festival de absolvições".

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