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Poder

Lula reencarna no poder

Ex-presidente assume o comando da crise, determina que Palocci no cai e manda Planalto botar a culpa em Serra; como diria Roberto Carlos, eu voltei porque aqui o meu lugar

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Marco Damiani, 247 _ Como diz o pequeno e marcante verso cantado por Roberto Carlos, “eu voltei, porque aqui é o meu lugar”. Uma volta não nas exatas condições que gostaria, para faturar boas notícias e comemorar realizações, mas numa hora e situação delicadas,  paradoxalmente até mais propícias para ele brilhar. Com seu pródigo apetite pelo poder, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está sabendo aproveitar a crise política aberta pela divulgação do enriquecimento acelerado do ministro chefe da Casa Civil, Antônio Palocci, para agir não como mais um incendiário ou bombeirinho, mas como chefão. Um líder sem meias palavras, que manda e se vê obedecido. Inclusive pela presidente Dilma Rousseff.

Desde o seu desembarque em Brasília, na terça-feira 24, Lula disse ao chefe de gabinete do Palácio do Planalto, seu amigo pessoal Gilberto Carvalho, o que fazer – no caso, tentar a jogar a culpa pelo enrosco de Palocci em José Serra --, organizou a bancada de senadores, falou bem mais do que ouviu num jantar, no Alvorada, com Dilma Rousseff e próprio Palocci, e, hoje cedo, tomou café-da-manhã com o presidente do Senado José Sarney. Uma agenda à altura de ex-presidente mais presidente que o Brasil já conheceu. A verdade é que Lula, em carne e osso, antes de o governo Dilma chegar ao sexto mês, reencarnou no poder.

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No café-da-manhã desta quarta 25, o presidente, quer dizer, ex, tomou café-da-manhã com José Sarney e os líderes do governo no Congresso. Reforçou, ali, as barricadas de defesa de Palocci, começou a articular correções no projeto aprovado pela Câmara para o Código Florestal e, de quebra, adiantou entendimentos sobre as sucessões municipais marcadas para o próximo ano. Um prato bastante cheio. Na véspera, no jantar com Dilma e Palocci no Alvorada em que morou – e no qual, não consegue esconder, quer voltar a ser inquilino – assumiu toda a  responsabilidade pela permanência do ministro, a quem chamou de Pelé.

“Estão testando o governo da Dilma”, definiu Lula, perseguido, por onde pisou na capital, por toda a imprensa. “Quiseram me intrigar com ela e não conseguiram. Agora, se o governo entregar a cabeça do Palocci, vai cometer um grande erro. Não dá para pôr o Pelé no banco”, disse Lula. Frase esperta, vinda de quem também foi comparado a Pelé, na voz do amigo Gilberto Carvalho. Ou seja, o que vale para hoje, deve valer também para o futuro, quando ele próprio resolver voltar oficialmente ao jogo.

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No almoço na casa da senadora Gleise Hoffmann (PT-PR), Lula também pode despachar com o ministro Paulo Bernardo, das Comunicações. Segundo relatos feitos à Agência Estado, o, agora sim, ex-presidente traçou a estratégia da reação aos ataques a Palocci. Como bom chefe, ouviu queixas sobre a falta de articulação política do Palácio do Planalto. Os petistas disseram a ele que, com Palocci alvejado por denúncias de multiplicação do patrimônio e suspeita de tráfico de influência, a situação só piorou, relata a AE. Insatisfeitos, eles reclamaram não apenas da lentidão para a montagem do segundo escalão como da ausência de diálogo e de argumentos para defender Palocci e o governo.

Lula prometeu ajeitar as coisas. Ato contínuo, o chefe de gabinete (de Dilma, hoje, mas que foi de Lula por oito anos) Carvalho já reagiu mexendo a cabeça para cima e para baixo, em concordância. “Essa queixa é justa e vamos melhorar o diálogo”, afirmou ele. Não totalmente satisfeito, Lula se comprometeu a ter uma conversinha com o ministro das Relações Institucionais, Luis Sérgio. E se comprometeu, com os senadores, a ser todo ouvidos para saber se suas determinações foram cumpridas. Se algo sair da linha, o chefe vai ser o primeiro a saber.

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