Lupi silencia sobre denúncias e deixa entrevista
Em anncio sobre pior outubro em gerao de empregos desde 2008, ministro do Trabalho deixa sala de entrevista sem responder a perguntas sobre crise no Ministrio
O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, se negou hoje a comentar as denúncias sobre o uso de avião providenciado por um líder de ONG que mantém contratos com a pasta. A recusa ocorreu durante entrevista à imprensa sobre os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados mais cedo pelo ministério. Depois de falar por cerca de 20 minutos sobre os números do emprego no País, o ministro fugiu de perguntas sobre a crise política. "Não vou falar sobre crise (política), eu tenho que trabalhar. Hoje só falo sobre Caged", disse.
A única resposta sobre questionamentos relativos à situação política foi em relação à promessa feita por ele de enviar ao Congresso a prestação de contas da ONG Pró-Cerrado. Durante audiência, ontem, no Senado, a senadora Kátia Abreu (PSD-TO) afirmou que o voo feito pelo ministro com o diretor da ONG está na prestação de contas da entidade. Diferente do que havia dito ontem, de que enviaria o documento imediatamente, Lupi afirmou hoje que precisará "respeitar formalidades". Por isso, só vai encaminhar o material na segunda-feira.
Questionado sobre a demora em responder a um pedido de informações de Kátia Abreu sobre o tema, o ministro desafiou a senadora a apresentar o protocolo do ofício. Segundo ela, esse documento foi protocolado em setembro. "Gostaria que ela apresentasse o protocolo", rebateu Lupi.
O ministro deixou a sala da entrevista sob diversos questionamentos a respeito da crise, sem responder a nenhum. Repetia apenas "Caged, Caged, Caged" ao deixar a sala da entrevista, escoltado por assessores.
Caged
O dado do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de outubro, divulgado mais cedo pelo Ministério do Trabalho e Emprego, é o pior para o mês em questão desde 2008. Segundo os números do ministério, em outubro daquele ano as contratações superaram as demissões em apenas 61 mil postos. No mês passado, o saldo líquido foi de 126 mil vagas.
Em outubro do ano passado, foi de 205 mil e, em 2009, de 231 mil - recorde para o mês de toda a série histórica do Caged, que teve início em 1992. Todos os números apresentados pelo ministério não sofreram revisões.
No acumulado do ano até outubro, as contratações de trabalhadores com carteira assinada superaram as demissões em 2.241.574 postos. Em idêntico período do ano passado, o saldo das efetivações de vagas formais foi de 2.742.001. No acumulado dos 10 primeiros meses do ano houve uma redução na criação de empregos da ordem de 18,3% na comparação com janeiro a outubro de 2010.
Crise econômica
Lupi salientou que a geração de empregos já sofre influência da turbulência externa. "Sentimos a crise internacional, principalmente na área da indústria", disse. Segundo ele, no entanto, o impacto não tem sido tão grande quanto o de 2008. "Aquela crise era mais forte do que a que estamos vivendo agora", comparou.
A indústria da transformação criou apenas 5.206 postos com carteira assinada em outubro, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado mais cedo pelo Ministério do Trabalho. "Apesar de não termos números não tão robustos do emprego, temos recorde de contratados e demitidos", afirmou.
Segundo o Caged, o número de admissões de trabalhadores com carteira assinada foi de 1.664.566 no mês passado, enquanto o de demissões, de 1.538.423 - ambos maiores para meses de outubro.
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