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Mantega, agora, vai se explicar à Câmara

Ministro da Fazenda passou ileso pela Comisso de Assuntos Econmicos do Senado, em que contou com a condescendncia da base aliada e minimizou as polmicas na Casa da Moeda e no Banco do Brasil; ser que a base na Cmara pega to leve?

Mantega, agora, vai se explicar à Câmara (Foto: Ueslei Marcelino/Reuters)

247 – A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (21) audiência pública com o ministro da Fazenda, Guido Mantega. A reunião ainda não tem data, mas sua aprovação contou com o apoio da base aliada do governo na Casa. A única condição imposta pela base governista foi de que a audiência seja realizada em conjunto com a Comissão de Finanças e Tributação.

O requerimento de convite foi apresentado pelo deputado federal Vaz de Lima (PSDB-SP) sob o pretexto de falar sobre os impactos da crise econômica internacional no Brasil e a resposta do governo federal a ela, mas a oposição pretende questioná-lo sobre as denúncias que resultaram na demissão de Luiz Felipe Denucci da presidência da Casa da Moeda – a Casa Civil e o PTB teriam avisado Mantega de que Denucci havia aberto offshores em paraísos fiscais cinco meses antes de sua demissão.

A crise deflagrada no Banco do Brasil pela disputa interna de poder também deve entrar, mais uma vez, em pauta. “Vamos perguntar sobre tudo”, promete o deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP). Mantega já compareceu à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado para falar sobre os rumos econômicos do país e, questionado pelo senador Alvaro Dias (PSDB-PR), comentou tanto o caso do Banco do Brasil quanto o da Casa da Moeda. “Ficamos com ciúmes do Senado”, ironiza o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Na ocasião, Mantega contou com a condescendência da base aliada, e Dias foi o único a questionar o ministro sobre os assuntos mais espinhosos. O vice-líder do governo, deputado Odair Cunha (PT-MG), garantiu que, mais uma vez, o ministro não vai se furtar a responder perguntas. “As perguntas da oposição a gente não controla e também o ministro tem respondido a todas elas”, disse. Resta saber se a base, que se comportou tão bem no Senado, terá atuação simillar na Câmara.