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Marcando passo

Neste ano, o Brasil será vagão ao invés de locomotiva em relação à economia dos países latino-americanos

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Lisboa – Segundo a CEPAL (Comissão Econômica para América Latina e Caribe), ligada à ONU, o Brasil, neste ano, crescerá menos que a média dos países latino-americanos. Ao invés de locomotiva, será vagão, puxando para baixo a performance da região.

Estima a Cepal que apresentaremos crescimento positivo em torno de 4%, em contraposição a media das 33 economias analisadas, que registrarão elevação de 4.7%. Do mesmo modo, se a comparação for feita só com a América do Sul, que avançará 5.1%, continuaremos sendo o patinho feio.

Ficaremos atrás de Chile (6.3%), Peru (7.1%), Panamá (8.5%), Colômbia (4.6%), México (4.6%), Uruguai (6.8%), Paraguai (5.7%). Menos que a dramática Venezuela de Chávez (4.5%) e muito menos que a combalida Argentina de Cristina Kirchner que, episodicamente, subirá 8.3%. Com a agravante de lidarmos com inflação alta e renitente, que coloca o governo em palpos de aranha: juros altos atraem dólares, que valorizam o real, que massacra o setor exportador, que vive início de processo de desindustrialização.

Para 2012, as previsões são, no gênero, as mesmas: cai o crescimento médio de América Latina e América do Sul, ficando o Brasil outra vez na metade de baixo da tabela. E com previsão de inflação forte, longe do centro da meta.

Os investidores já dão sinal amarelo para o governo Dilma. Gostam apenas dos juros altos. Assustam-se com a dívida pública de 61% do PIB e o déficit de 2.42% em conta corrente.

O Financial Times refere-se à “exaustão do modelo Lula”. Ou seja, baixo investimento, crescimento artificializado por um crédito insustentável e fortíssima dependência do boom das commodities. Resumindo: se a China puxa o freio de mão, os passageiros, Brasil à frente, levarão violento tranco.

A inflação anualizada aproxima-se de extravagantes 7%. O real experimentou valorização de quase 50% em menos de três anos. Chegou a hora de prestar contas e definir se vamos aceitar a regressão ou se temos governo à altura de propor ousadas reformas estruturais. Se vegetaremos na mesmice, na mediocridade, ou se vamos buscar destino à altura das potencialidades brasileiras.

Reformas e investimentos sérios em infraestrutura e Educação. Eis do que necessita este país para demarcar. Sem falar da necessária otimização do setor público, que precisa ser alavanca de prosperidade e não feudo de partidos fisiológicos e políticos de índole obscura.

A escolha é sua, presidente Dilma.

*Diplomata, foi líder do PSDB no Senado

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