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Marina sobre governo: falta de rumo disfarçada com marketing

Ex-ministra e presidenciável pelo Rede Sustentabilidade diz que "o anúncio de uma decisão não é a decisão. Pode iludir por algum tempo, mas não melhora o transporte, a saúde, a educação, a segurança, e, assim, a insatisfação vai se acumulando. Pior ainda é o recuo, a indefinição, o desmentido, o dito pelo não dito. Não se gerencia um país com balões de ensaio"

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247 – A candidata à Presidência em 2014 pelo Rede Sustentabilidade, Marina Silva, criticou a política de Dilma Rousseff e o recuo em decisões tomadas em resposta às manifestações de rua. Leia o artigo publicado na Folha:

Voltas e idas

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Os assuntos são variados, pode ser o aumento do seguro-desemprego ou a convocação de uma constituinte para a reforma política, medidas para diminuir a precariedade na saúde ou a liberação de recursos para a Copa. A manchete é que não muda, só nesta semana há pelo menos dez assim, nos jornais e sites de notícias: governo recua, governo volta atrás, governo suspende decisão, governo não confirma etc.

Juntem-se a isso as promessas não cumpridas ou os resultados muito aquém do anunciado, como baixar o preço da cesta básica ou da tarifa de energia; as tentativas de enganar a opinião pública, como nas mudanças do Código Florestal, em que atrasos são anunciados como avanços; e os anúncios faz de conta, como a bombástica declaração em rede nacional de que a miséria no Brasil acabou.

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O que temos? Falta de rumo disfarçada com marketing.

Nos anos 90, os programas de auditório de domingo entregaram seus roteiros à aferição da audiência: "Está caindo, então encerra a entrevista e entra com o show musical, rápido, para aproveitar o intervalo comercial do concorrente". Dava certo na televisão. Dá errado no governo.

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O anúncio de uma decisão não é a decisão. Pode iludir por algum tempo, mas não melhora o transporte, a saúde, a educação, a segurança, e, assim, a insatisfação vai se acumulando. Pior ainda é o recuo, a indefinição, o desmentido, o dito pelo não dito. Não se gerencia um país com balões de ensaio.

Insisto: o Brasil precisa definir uma agenda estratégica, em que as grandes reformas estejam articuladas com definições sociais e econômicas. É necessário redirecionar o desenvolvimento em parâmetros sustentáveis, colocar a economia na era das grandes mudanças culturais e ambientais, atualizar o sistema político e a gestão pública, ampliar a democracia e a participação cidadã, usar as novas tecnologias para o debate público e as decisões.

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A mudança se faz com uma agenda democraticamente construída, com a participação não só dos que já se acostumaram a assentir, em cujos temas se trabalha buscando consensos públicos (bem diferente dos acordos de bastidores). A outra opção é a estagnação, mal disfarçada pela marquetagem. Infelizmente, esse é o rumo que hoje predomina. Uma governabilidade de coalizão, baseada na distribuição de nacos do Estado, captura as políticas públicas e sequestra as esperanças da sociedade.

Para essa estagnação estão sendo arrastadas as instituições e todo o sistema político.

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No sentimento da população, a agenda já está se definindo. Sem mudanças políticas e institucionais, o avanço será mais demorado e com maiores riscos de rupturas e conflitos, mas acontecerá, porque seu tempo chegou. E, nas prioridades anunciadas pelas ruas, não há volta atrás.

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