Marta: “Não se turbina candidatura com pressões”
Senadora e ex-prefeita rechaa presso para carregar candidato Fernando Haddad a tiracolo pela periferia; Gilberto Carvalho foi o ltimo a pedir; emissrio foi enviado; o povo vai perguntar por que o candidato ele e no ela, rebate deputado
Marco Damiani _247 – Não é por ai. Pelo twitter, publicamente, e a amigos, a senadora Marta Suplicy está deixando claro que não está gostando nada nada das pressões que vem recebendo dos chefes do PT para apoiar mais explicitamente, com passeios à periferia etc, a candidatura Fernando Haddad. “Não se turbina uma candidatura com desespero, pressões e constrangimento”, sentencia a ex-prefeita. Ela tem confidenciado que, a seguir ao pé da letra o que quer a cúpula do partido – leia-se, por hoje, o chefe de Gabinete Gilberto Carvalho, que cobrou mais apoio dela para o ex-ministro --, ela poderia até causar mal estar para o próprio Haddad. “O povo vai querer saber por que é ele, e não ela, o candidato do partido”, acredita um deputado federal ligado à senadora, que prefere não se identificar para não, como diz, dar a entender que está contrariando a decisão partidária que levou Marta a desistir da própria candidatura, que a empolgava.
No sábado, em reunião em São Paulo, vereadores, deputados e representantes de diretórios do PT, entre eles Antonio Donato, presidente municipal, se reuniram em torno de Haddad para avaliar o desempenho da candidatura até aqui. Não houve notícias boas a discutir. Avaliou-se que, sem tempo de televisão e nenhum fato novo a seu favor, como alguma coligação partidária, por exemplo, o candidato simplesmente não saiu do lugar. “Estacionou lá em baixo”, comparou um dos presentes.
Sobrou, então, para Marta. Um emissário do partido foi mandado até ela para convencê-la a prestar apoio efetivo a Haddad. Esse gesto foi seguido da declaração de Carvalho, que vocaliza Lula, segundo a qual o ex-presidente não pode fazer tudo sozinho – e, portanto, Marta tem de ajudar. É com essa segunda parte que ela está fula.
Ao emissário, Marta lembrou de seu trabalho como vice-presidente do Senado, onde a todo o momento é acionada para acompanhar e decidir questões para o governo Dilma. Acrescentou, lembrando o respeito com que deve ser tratada uma ex-prefeita, que não poderia se atirar na campanha sem que, antes, a candidatura ganhe ao menos alguma musculatura própria e, enfim, costure alguma aliança partidária. Por fim, Marta jogou o argumento que sua presença, ao lado de Haddad, pode ter o efeito de encobrir o candidato. Ela nem precisou dizer que o PT agiu mal ao procurar pelo apoio do prefeito Gilberto Kassab, que atacou, de um lado, e procurou se aproveitar, de outro, de sua obra como prefeita. Ou que havia alertado que José Serra seria mesmo candidato pelo PSDB e que, contra ele, só um nome de peso como o dela seria capaz de fazer frente.
Se para Haddad crescer é preciso, imediatamente, o apoio de Marta, o melhor que o PT tem a fazer é procurar outro candidato. A senadora está onde sempre esteve e não pretende se mexer dessa posição. Ela considera já ter atendido o partido ao abrir mão de sua candidatura.
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