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Mercadante ao 247: 'Não há fato ilícito contra Dilma'

"Não há nenhuma acusação de fato ilícito contra a presidente Dilma", disse o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, ao jornalista Paulo Moreira Leite, diretor do 247, em Brasília; PML condena a hipocrisia de determinados setores da sociedade e diz que o PSDB, atingido pela delação de Ricardo Pessoa, deveria adotar uma postura mais cautelosa; "O Ministério Público já disse que as contribuições de campanha funcionam como lavagem do dinheiro da corrupção do PT – sem dar-se ao trabalho, sequer, de esclarecer por qual razão não faz a mesma denúncia contra os demais partidos, já que todos se abastecem junto aos mesmos empresários, que atuam nas mesmas condições, movidos pelos mesmos interesses", afirma o colunista; leia a íntegra

"Não há nenhuma acusação de fato ilícito contra a presidente Dilma", disse o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, ao jornalista Paulo Moreira Leite, diretor do 247, em Brasília; PML condena a hipocrisia de determinados setores da sociedade e diz que o PSDB, atingido pela delação de Ricardo Pessoa, deveria adotar uma postura mais cautelosa; "O Ministério Público já disse que as contribuições de campanha funcionam como lavagem do dinheiro da corrupção do PT – sem dar-se ao trabalho, sequer, de esclarecer por qual razão não faz a mesma denúncia contra os demais partidos, já que todos se abastecem junto aos mesmos empresários, que atuam nas mesmas condições, movidos pelos mesmos interesses", afirma o colunista; leia a íntegra (Foto: Leonardo Attuch)
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Por Paulo Moreira Leite

Se o destino da delação premiada do empreiteiro Ricardo Pessoa fosse determinado pelos fatos objetivos conhecidos até aqui, o país teria direito de aguardar por uma semana sem tensões nem sobressaltos. "Não há nenhuma acusação de fato ilícito contra a presidente Dilma", diz o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, em entrevista ao 247.

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Também não há ilícitos contra o próprio Mercadante, que, pela estatura no governo, poderia ser considerando o segundo alvo das acusações.

Em condições normais, a oposição, a começar pelo PSDB, deveria assumir uma postura cautelosa a respeito, já que um bom número de estrelas graúdas do partido também recebeu ajuda do mesmo empreiteiro.

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O que se teme é efeito daquilo que o mestre Janio de Freitas batizou muito adequadamente de "agência de publicidade" da Lava Jato.

Em Brasília, considera-se que o nome de Mercadante e também o do ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, surgiram, desta vez, como uma distorção previsível do sistema de delação premiada. Considerando que outros nomes já haviam surgido em outros depoimentos, depois de ficar cinco meses em regime de prisão preventiva, de onde só pode sair após uma decisão do ministro Teori Zavaski, do STF, Ricardo Pessoa só poderia receber o benefício pretendido se contasse "novidades" aos procuradores.

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Ao acusar Edinho Silva de ter feito um "achaque elegante", Ricardo Pessoa coloca-se na posição de vítima, descrevendo um diálogo que, a julgar pelo que diz Veja, tem a subjetividade de um filme sueco da década de 1960.

Mas, ao contrário do que disse a revista, que acusou Mercadante de receber "dinheiro clandestinamente" de Ricardo Pessoa durante a campanha para o governo de Estado, em 2010, ele recebeu dois cheques enviados pelo empresário como contribuição legal e registrada.

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O primeiro, com data de 29 de julho de 2010, foi enviado pela Constran, grande empreiteira paulista que Pessoa acabara de adquirir do veterano empresário Olacyr de Moraes, mais conhecido como Rei da Soja. O outro, com data de 28 de agosto, vinha da UTC, do próprio Pessoa. (Concorrendo à vaga do Senado, Aloysio Nunes Ferreira, do PSDB, recebeu a mesma quantia, mas de forma diferente. Foram R$ 300 000 em cheque e R$ 200 000 em dinheiro vivo.)

Pessoa conversou sobre as contribuições para a campanha de Aloisio Mercadante depois de uma visita que fez a sua casa, quando o candidato se recuperava de uma raspagem na próstata. Não se falou sobre Petrobras.
Tomando posse da Constran, empresa com uma grande presença em São Paulo, com obras no metrô, estradas e penitenciárias, o empresário tinha muitos interesses junto ao governo paulista. Fez pagamentos à altura a todos os concorrentes. Deu R$ 1,4 milhão para Geraldo Alkcmin, favorito nas pesquisas que confirmou a condição nas urnas — e levou quase tres vezes mais do Mercadante.

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Quatro anos mais tarde, em nova eleição, Pessoa agiu do mesmo modo. Contribuiu com R$ 1,7 milhão para Alckmin, o primeiro colocado; R$ 700 000 para o segundo, Paulo Skaf, entregando R$ 20 000 para Alexandre Padilha, do PT.

Num país onde as empresas são autorizadas a financiar campanhas políticas, as coisas se passam desse modo: os empresários visitam candidatos, conversam e enviam seus cheques. Embora tenha ocorrido uma campanha popular com 7 milhões de assinaturas para acabar com as contribuições de empresas, elas foram mantidas em votação recente pela Câmara, com voto unânime da bancada do PSDB.

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O Ministério Público já disse que as contribuições de campanha funcionam como lavagem do dinheiro da corrupção do PT – sem dar-se ao trabalho, sequer, de esclarecer por qual razão não faz a mesma denúncia contra os demais partidos, já que todos se abastecem junto aos mesmos empresários, que atuam nas mesmas condições, movidos pelos mesmos interesses.

A partir dessa visão, política e dirigida, pode-se tentar construir qualquer coisa, certo? Esta é a questão real, muito além da "agência de publicidade" Lava Jato.

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