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Na caçada ao eleitor, todos querem Dilma

A ampla base de apoio do governo federal vem dando dor de cabeça ao PT; mesmo em cidades onde os petistas têm candidato, adversários do partido como Gabriel Chalita (PMDB), Luciano Ducci (PSB), Geraldo Julio (PSB) e Manuela D'Avila (PCdoB) reivindicam o direito de mencionar a presidente; popularidade de mais de 60% suplanta diferenças pontuais

Na caçada ao eleitor, todos querem Dilma (Foto: Edição/247)
Rodolfo Borges avatar
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247 - Uma ampla base de apoio no governo federal é capaz de garantir algum conforto ao presidente da República no Congresso Nacional, mas, como as eleições municipais deste ano vêm mostrando, pode dar muita dor de cabeça ao partido do presidente. Num momento em que a oposição ocupa apenas 18 dos 81 assentos do Senado, numa eloquente indicação do tamnho da base aliada, o PT vem fazendo ginástica para garantir que o luxuoso apoio da presidente Dilma Rousseff, que ostenta 59% de aprovação popular, seja dado apenas para candidatos petistas ou apoiados pelo PT.

Nesta segunda-feira, dia em que a presidente estreou na propaganda de tevê de Fernando Haddad (SP), candidato à Prefeitura de São Paulo, e Patrus Ananias (PT), candidato em Belo Horizonte, o prefeito de Curitiba, Luciano Ducci (PSB), usou imagens da presidente em seu programa eleitoral, apesar de o PT apoiar Gustavo Fruet (PDT) na capital paranaense.

A campanha de Ducci exibiu trecho de discurso feito pela presidente no dia 13 de outubro, quando anunciou a liberação de R$ 1 bilhão do PAC da Mobilidade para a construção do metrô de Curitiba. No trecho exibido pela propaganda, Dilma chama Ducci de parceiro importante do governo federal e destaca o projeto cutiribano como um dos melhores que recebeu.

O PT local reagiu rapidamente, dizendo, em nota, que foi surpreendido pela inserção, mas traçando um quadro que explica as tentativas de relacionar os nomes de candidatos da base da apoio à presidente. "Se por um lado essa situação causa estranheza, por outro é até previsível: vale destacar que, de 2003 para cá, os governos do PT batem recordes sucessivos de aprovação, popularidade e é inegável o sucesso das políticas públicas implantadas nesse período no País".

Apoio

É por essas e outras que o candidato do PSB no Recife, Geraldo Julio (PSB), usa o nome da presidente no jingle de campanha, estratégia que o opositor petista Humbeto Costa (PT) tenta, sem sucesso, proibir na Justiça. O PT alega que a veiculação induz o eleitor a pensar que o socialisa tem o apoio de Dilma. O mesmo argumento leva o PT paulistano a também questionar a legitimidade de Gabriel Chalita (PMDB) se valer de menções a Dilma em sua propaganda.

A saia justa se repete em Campinas (SP), onde a Justiça Eleitoral autorizou, no início do mês, o candidato do PSB, Jonas Donizette, a usar a imagem da presidente em suas campanhas eleitorais do rádio e da TV. Em Porto Alegre, por outro lado, o PT vem vencendo a batalha na Justiça Eleitoral contra o PC do B, de Manuela D'Ávila, que foi proibido de exibir imagens de pessoas não filiadas a partidos de sua coligação.

A levar em conta o argumento do PT, a presença constante da presidente na campanha eleitoral pode relativizar a importância de suas aparições, já que ela surge como apoiadora da maiora das candidaturas. Por outro lado, se o governo conta com o apoio de tantos partidos, como proibi-los de cobrar a fatura na hora em que eles mais precisam?

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