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Noblat avisa: Lula, não!

Colunista usa, agora, um novo argumento para rechaçar o eventual retorno de Lula ao Palácio do Planalto: especular sobre isso seria desrespeitar a presidente Dilma Rousseff. Segundo ele, torcem pela volta do ex-presidente o PT, os demais partidos da base aliada (salvo o PSB), os banqueiros e os empresários. Por sua vez, torcem para que o PT concorra com Dilma o PSB e a oposição (Ricardo Noblat incluso)

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247 - Quando se encontrou com jornalistas, no fim do ano passado, e foi perguntada sobre a sua eventual reeleição, a presidente Dilma Rousseff foi evasiva. Disse que não responderia nem amarrada e afirmou que falar nisso, na metade de um mandato, seria abreviar o seu fim. Este silêncio, somado à retomada da ação política de Lula, como no encontro com Fernando Haddad, alimentou a especulação de que o ex-presidente poderá vir a ser o candidato do PT em 2014 – uma hipótese que provoca pânico nos grandes meios de comunicação brasileiros, sabe-se lá por que.

Augusto Nunes, de Veja, já afirmou que a única coisa pior do que Dilma pós-Lula seria um Lula pós-Dilma. A revista atacou a "intervenção inaceitável" de Lula no encontro com Haddad. Agora, é Ricardo Noblat quem usa um novo argumento. Na coluna imperativa "Respeitem Dilma!", ele afirma que falar sobre a eventual volta de Lula seria desrespeitar a autoridade da presidente. A coluna começa até com uma citação de uma frase da presidente, que não se sabe a quem foi dita. "Eu vou para a reeeleição", Dilma Rousseff.

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Hoje, o PT dispõe de duas cartas – Dilma e Lula – e não se sabe qual será, efetivamente, colocada na mesa. Mas, se for Lula, os grandes jornais deverão repetir o axioma de Carlos Lacerda em relação a Juscelino Kubitschek, que era mais ou menos assim: "Não pode ser candidato. Se for candidato, não pode vencer. Se vencer, não pode ser empossado. Se for empossado, terá que ser derrubado."

Leia, abaixo, a coluna de Noblat:

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"Eu vou para a reeleição"

Dilma Rousseff

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Respeitem Dilma!

Que partido dispõe de um candidato reserva com iguais ou maiores chances do que o titular de se eleger presidente da República? Dilma não será candidata a um segundo mandato se não quiser - e quer. Ou então se a saúde lhe reservar uma surpresa (bata na madeira e isole). Ou se a economia chegar mal das pernas ao final do governo. Ou... Em qualquer hipótese, Lula está pronto para entrar em campo.

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PARA ENTRAR em campo é o modo de dizer. Lula nunca saiu de campo. Antes de sair formalmente, consultou três governadores de estado, um deles do PT, sobre a ideia de patrocinar uma emenda à Constituição que lhe permitisse disputar o terceiro mandato presidencial consecutivo. Foi aconselhado a não fazê-lo. Enfrentaria forte oposição. Por que não descansar e voltar revigorado quatro anos depois?

DE RESTO, E se a emenda aprovada fosse declarada inconstitucional pela Justiça? Colisão entre poderes da República não costuma resultar em boa coisa. Lula seria acusado de caudilhismo. O continente parira um novo Hugo Chávez! Com a diferença de que Lula sequer serviu ao Exército. Chávez não. Foi oficial paraquedista. E golpista antes de se eleger presidente pelo voto popular.

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É PURA LENDA a história de que Dilma aceitou ser candidata mediante o compromisso de governar um único mandato. Ela e Lula jamais conversaram a respeito. Se Lula insinuar que quer voltar, Dilma não oferecerá resistência. Mas só a custa de um motivo extraordinário é que a troca de nomes soaria razoável aqui fora. Afinal, não foi Lula que apontou Dilma como melhor gestora do que ele?

A INDICAÇÃO DE DILMA para presidente atendeu à necessidade de Lula de contar com um candidato de sua inteira confiança. Que não lhe fizesse sombra. E que se dispusesse a atender às suas vontades. Quanto mais fraco fosse como candidato, mais a glória, em caso de triunfo, pertenceria a Lula. Em caso de derrota...

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Lula ainda não operava milagres. Agora, opera.

LULA ENXERGOU outra vantagem na escolha de Dilma: seu sexo. No início de 2006, enfraquecido com o escândalo do mensalão, Lula falou pela primeira vez em lançar Dilma como candidata. Foi durante uma visita ao Recife. "Que tal concorrermos à próxima eleição com uma mulher? Nunca uma mulher disputou a Presidência da República no Brasil", argumentou.

Ninguém deu bola.

MARQUETEIRO POR intuição, fixou-se no nome de Dilma antes mesmo de se reeleger. Uma vez reeleito, passou a carregá-la por toda parte. No primeiro semestre de 2009 não fez uma só viagem dentro do Brasil sem Dilma a tiracolo. A mulher era maravilhosa. A mulher era "mais homem" do que muitos homens. A mulher era trabalhadora incansável. Era isso, aquilo e aquilo outro. Em 2010, "o cara" era a mulher.

E ENTÃO, COMPANHEIRO? Enquanto a mulher lhe foi útil não havia ninguém melhor do que ela. Agora que você descansou, mesmo contra sua vontade, planeja dar uma rasteira na mulher pedindo de volta a cadeira que ela mal esquentou? Você usou a mulher como quis. E pretende continuar usando? (Cadê Rosemary? Foi esse o chefe bom, carinhoso e humano que você conheceu?)

POR ORA, além de Lula, apenas torcem pelo retorno dele: o PT, os demais partidos (salvo os da oposição e o PSB de Eduardo Campos), os banqueiros e empresários das mais diversas áreas - esses, insatisfeitos com a política econômica do ministro Guido Mantega, da Fazenda. Quem torce para que Dilma concorra a um segundo mandato? A oposição e o PSB.

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