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O começo do fim da CPI

Comissão aprova convocação de 76 pessoas para depor, mas deixa de fora graúdos como o governador Marconi Perillo, o empresário Fernando Cavendish e o jornalista Policarpo Junior; nova reunião só em 5 de junho; "parece que tem intocáveis aqui", apontou Humberto Costa; é a CPI dos Peixes Pequenos?

O começo do fim da CPI (Foto: AGÊNCIA SENADO)

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247 – A CPI do Cachoeira, certamente a melhor documentada entre as realizadas nos últimos tempos pelo Congresso, está sucumbindo aos interesses políticos. Na sessão desta quinta-feira 17, os integrantes da Comissão conseguiram realizar uma manobra que tem tudo para inviabilizar uma investigação mais profunda sobre uma série de personagens que estão no centro do noticiário que envolve o contraventor Carlinhos Cachoeira. Foram aprovados requerimentos para que 51 pessoas sejam convocadas a depor, além de 36 quebras de sigilos bancários e fiscais. Mas, incompreensivelmente – ou num movimento que só os interesses políticos podem explicar --, três dos principais personagens do caso ficaram de fora: o governador de Goiás, Marconi Perillo, o empresário Fernando Cavendish, dono da empreiteira Delta, e o jornalista Policarpo Junior, redator-chefe da revista Veja. Cada um ao seu modo, eles aparecem em diferentes momentos do inquérito da Operação Monte, da Polícia Federal, mas não serão incomodados tão cedo. A próxima reunião da CPI ficou marcada, no encerramento da sessão desta quinta, para o próximo dia 5 de junho – dentro, portanto, de três semanas. Ali, os 76 convocados hoje começarão a ser ouvidos. Já é certo que vai demorar muito para chegar a vez dos que ficaram de fora agora. Se chegar.

Abaixo, notícia do portal G1 sobre as convocações:

Nathalia Passarinho e Iara Lemos, do G1, em Brasília - A Comissão Parlamentar Mista criada para investigar o elo de políticos e empresários com o bicheiro Carlinhos Cachoeira aprovou nesta quinta-feira (17) a convocação de Cláudio Monteiro, ex-chefe de gabinete do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT). Nas investigações da Polícia Federal, Monteiro é citado em conversas telefônicas com integrantes da quadrilha de jogo ilegal comandada pelo contraventor.

Segundo as investigações da Polícia Federal. Cláudio Monteiro teria recebido propina para favorecer a Delta em contratos de prestação de serviços com o governo relativo ao lixo urbano. Após as denúncias, Monteiro pediu demissão.

A CPI aprovou ainda outras 75 convocações de pessoas citadas nos inquéritos da PF, entre ele Wladimir Garcez, ex-vereador pelo PSDB de Goiânia.

No entanto, não foram analisadas convocações de governadores, parlamentares e do presidente licenciado da construtora Delta, Fernando Cavendish.

Mais cedo, a CPI aprovou requerimento que prevê o envio de um "apelo" ao Supremo Tribunal Federal para que seja retirado o sigilo do inquérito que investiga o envolvimento do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) com Cachoeira.

A comissão enviará ainda ao relator do caso, ministro Ricardo Lewandowsky, pedido para que ele determine o sequestro dos bens móveis e imóveis do bicheiro.

Outro requerimento aprovado requer da Polícia Federal, Ministério Público, STF e Justiça Federal da Goiás todos as gravações telefônicas e vídeos feitos nas investigações do grupo Cachoeira.

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