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Poder

O dia em que Palocci virou TT

Os eleitores ponto com que bateram em Palocci pelo Twitter, e em outras redes sociais e blogs, acabam fazendo mais estrago do que a oposição oficial

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Antonio Palocci entrou para o trend topics do twitter na segunda-feira, 16 de maio de 2011. Dois dias depois, além da palavra Palocci, o trend registrava outra: #forapalocci. Na sexta, dia 20, o ministro era trend em São Paulo, ou seja: na sua própria base ou fonte primária de poder. Semana dura para o político Antonio Palocci, que experimentou sua maior impopularidade na rede. “Palocci faturou 20milhoeeees ano passado galeraaa!”, tuitou a paulistana @luh_miranda, 294 seguidores. O enxadrista de Americana (SP), @Rafpig, 238 seguidores, foi mais duro: “Palocci e Strauss-Kahn têm certas semelhanças: duas mentes brilhantes prejudicadas por desvios de conduta”.

Esta é uma pequena amostra dos prejuízos políticos do ministro entre um eleitorado cada vez mais ponto com e que, de quebra, contamina seus aliados, a um ano e quatro meses das próximas eleições municipais. A reportagem da Folha sobre a empresa de consultoria de Palocci saiu no domingo, dia 15 de maio. Entre os dias 16 e 20 pesquisei cruzando posts sobre o caso Palocci entre tuiteiros com até mil seguidores, perfil de eleitor médio, pessoas comuns. A esmagadora maioria era negativo e as menções neutras ou positivas ínfimas. Ou seja: não havia registro claro de reação pró-Palocci, nem sob o formato de guerrilha. Nas outras redes sociais o estrago era igualmente lastimável.

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Não é a primeira nem será a última vez que Palocci se meterá em confusão, pelo simples motivo de possuir reconhecida competência em ocupar o poder. Mas espanta a baixa capacidade de reação da assessoria do ministro, a ponto de não evitar a contaminação em larga escala em São Paulo. Principalmente quando se sabe da qualidade de certos profissionais que o auxiliam, entre eles um ex-executivo da Google. Depois de algumas derrapadas que incluiram um e-mail infeliz, Palocci esboçou reação ao contratar a competente FSB de Chiquinho Brandão para juntar os cacos e dar um freio de arrumação na crise.

Na manhã de sexta-feira, 20 de maio, o ex-ministro Franklin Martins foi visto comprando um bloquinho numa papelaria da Asa Sul, em Brasília. Pouco depois ele chegava ao Planalto para uma reunião com a presidente Dilma. Franklin fez um excelente trabalho junto às redes sociais no governo Lula, criou o Blog do Planalto e tem perfeita noção do que significa Twitter com rédea frouxa. Enquanto ele se reunia com a presidente, a ferramenta Tweetreach mostrava que os últimos 50 posts com a palavra Palocci atingiram nada menos que 80 mil pessoas e que os últimos 50 com #cpmidopalocci chegava simultaneamente a 50 mil tuiteiros.

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O problema é que tanto Franklin quanto a FSB de Chiquinho Brandão demoraram para ser acionados, o que é supreendente no caso de um homem com a estatura política de Palocci que, pelas agruras de um passado não muito distante, deveria dispor de uma infraestrutura invejável.

Este episódio nos deixa uma lição: a de que os políticos precisam parar de tratar as redes sociais como algo insignificante e começar a priorizá-las. Os eleitores ponto com que bateram em Palocci pelo Twitter, e em outras redes sociais e blogs, acabam fazendo mais estrago do que a oposição oficial. Formam opinião onde se menos espera. São pessoas como o estudante paulista @jmbezerra, 306 seguidores, que cravou: “Admirável a vocação de workaholic de Palocci, que conseguia cumular funções de deputado e assessor. Se bem que...”

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