O dilema do PT

O Partido dos Trabalhadores nasceu e cresceu – e chegou ao poder – ocupando as ruas. Hoje sua direção política vive um dilema: a voz das ruas não é a voz do PT.

Ao compor alianças para chegar ao Governo e nele se manter, talvez o PT tenha ultrapassado a linha do imaginário daqueles que viram nessa agremiação partidária uma opção de ruptura contra as estruturas de poder convencionais.

É inegável que os programas sociais, a política de crédito e outras medidas adotadas pelos Governos Lula e Dilma trouxeram benefícios para a população, mas o povo não quer só pão, ele quer também ter voz e ser ouvido. Ele quer poder opinar e ter o direito de discordar.

O atual dilema do Partido dos Trabalhadores é: ou ouve a voz das ruas e recupera um pouco de seu passado de lutas, ou então ficará lembrado como mais um partido que chegou ao poder, trouxe alguns benefícios aos trabalhadores, mas não teve coragem para romper com os grupos econômicos e políticos que há séculos fazem do Brasil um país profundamente desigual.

A escolha não é fácil, requer reflexão e consciência de risco, mas, se o PT quiser voltar para as ruas, terá que tomar essa decisão. Ou então...