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Poder

O problema de 2012 é 2014

Projetos de ACM Neto e de Geddel Vieira Lima para governar a Bahia, colocam articulações para a Prefeitura de Salvador em rota de colisão

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O problema que põe em risco a tão aclamada união das oposições em Salvador, cujo objetivo é alcançar uma chapa única para concorrer à Prefeitura, é a busca individual pelo poder. Depois de fazer as contas com diversas fórmulas, a equação não bateu exata de jeito nenhum. Consultamos uma especialista e a conclusão é a de que estamos certos.

"A questão não é o município. O problema é a longo prazo, a busca de agora é a longo prazo. Nenhum dos oposicionistas vai fazer um acordo para ficar em desvantagem lá na frente. O poder maior é realmente em nível estadual e todos os partidos sabem disso", analisou a cientista política da Universidade Federal da Bahia (Ufba) Analice Alcântara. Ela afirmou que toda a articulação dos partidos políticos nas eleições municipais de 2012 visa o pleito de 2014. E vamos às particularidades.

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"Sou candidato ao governo em 2014"

Quando o PMDB rompeu com o governador Jaques Wagner (PT), mais ou menos na metade do seu primeiro mandato, o então ministro da Integração Nacional Geddel Vieira Lima começou a mostrar que não estava de brincadeira. A prova foi sua candidatura a chefe do Palácio de Ondina em 2010. Naquela oportunidade, o Galego levou a melhor.

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Mas, quem acompanha o noticiário deve lembrar a declaração de Geddel em sua primeira entrevista depois do resultado do pleito. "Eu não perdi a eleição para Wagner, perdi para Lula. Digo já de agora: eu sou candidato ao Governo da Bahia em 2014", sentenciou o atual vice-presidente da Pessoa Jurídica da Caixa Econômica Federal.

Pois bem. De lá para cá, com ajuda de seu irmão, o presidente do PMDB na Bahia e vice-líder do governo no Congresso, deputado federal Lúcio Vieira Lima, Geddel dedica boa parte do seu tempo a uma verdadeira oposição sistemática a Jaques Wagner, sobretudo pelo Twitter. Os irmãos são viciados. Entre ironias e chamadas no eixo, os Vieira Lima dão seus pitacos em todas as áreas da máquina estadual.

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E a promessa de Geddel tende mesmo a se cumprir. Há quem aposte, inclusive, que o maior partido aliado do governo da presidente Dilma Rousseff (PT), terá candidato próprio ao comando geral do Poder Executivo no Brasil. A grande aposta é no atual vice-presidente Michel Temer.

Mas, enquanto não há confirmação quanto à Presidência da República, voltemos à candidatura do ex-ministro baiano. Ela deve mesmo se consolidar, afinal, apesar de ser um estado com estatísticas muito negativas, a Bahia ostenta o título de quarto maior colégio eleitoral do país. Ora, que partido não quer governar um estado com essa patente? E se somarmos ao desejo incessante de Geddel de derrotar o Galego? Hum...

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Muita gente não sabe, mas os irmãos Vieira Lima são figuras que gozam de prestígio no PMDB em nível nacional. Há quem considere Geddel um dos peemedebistas de maior capilaridade e densidade eleitoral no nordeste.

E ACM Neto?

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Ora, chega a ser dispensável dizer da verdadeira loucura que o democrata tem de ganhar a eleição para governador da Bahia e, assim, reerguer das cinzas o império construído por seu falecido avô, o ex-governador (ainda eterno na memória de muitos baianos) Antônio Carlos Magalhães (ACM).

E prestígio não lhe falta. Neto é considerado um dos mais brilhantes parlamentares da nova geração, contando ainda com uma conduta reta e ilibada na vida pública. Ao deputado resta apenas um bom partido para bancar sua candidatura. Afinal, pelo quase extinto DEM, a coisa será meio complicada.

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Mas os caciques da política baiana afirmam que partido é o que não falta para neocarlista. Entre especulações e apostas está o próprio PMDB. Será? Vamos chegar lá. Portanto, sem mistério, estão aí os dois grandes (sem ironia) nomes da oposição.

E é aí que surge o problema para 2012

Lembra o que a especialista Analice Alcântara refletiu acima? Pois é, realmente 2014 está embolando o nome para 2014. Por que o PMDB não lança Geddel candidato à Prefeitura de Salvador em outubro próximo, ao invés do radialista e ex-prefeito Mário Kertész? E por que ACM Neto também não mergulha de cabeça? Exatamente por 2014.

Vamos pensar que DEM, PMDB e PSDB realmente se unam e tenham apenas uma candidatura para disputar a cadeira hoje ocupada por João Henrique (PP). Beleza. Mas quem? Kertész? Não!

Se isso acontecesse e o PMDB assumisse a Prefeitura, eles apoiariam ACM Neto em 2014? De jeito nenhum. Como ficaria o projeto de Geddel?

Mas e aí, será, então, que Neto será candidato com apoio dos "aliados"? Também não. Como ficaria seu sonho de governar a Bahia? Como falamos acima, a matemática aqui é inexata. Na verdade, a conta mais fácil seria Mário ser candidato, porque, assim, Geddel estaria livre para 2014. Mas, na hora da prova dos nove, eis que surge novamente ACM Neto. Ou seja, o resultado não dá certo de jeito nenhum.

O espaço de tempo entre 2012 e 2014 será muito curto. Nisso concordemos com a tese de Jaques Wagner, que defende as eleições para todos os cargos do Executivo (presidente da República, governadores e prefeitos) numa mesma ocasião e mandatos de cinco anos sem a possibilidade de reeleição.

"O que está acontecendo é natural, é exatamente a busca pelo poder. E tem um problema ainda maior. Nessa disputa de força, todos os nomes se consideram com força suficiente para a missão", afirma a cientista política. Analice Alcântara analisa ainda que, pelo menos até então, não há nome de peso para representar o tal projeto alternativo à força que administra o Estado.

"Eu digo que não tem nenhum candidato (em Salvador) hegemônico neste momento. O momento é de construção, de costura de alianças... Todos querem entrar demonstrando mais força para ter sua candidatura apoiada pelos outros. É muito prematuro pensar em anunciar um nome".

Ela também opinou sobre as constantes afirmativas de Mário Kertész de que está fora da disputa. Em sua concepção, não passa de jogo de cena. "É claro que ele ainda está no páreo. Ele está jogando. Essa estratégia é um mecanismo de pressão", comentou.

Imbassahy, o quieto

Mas como fica o deputado federal tucano Antônio Imbassahy (PSDB) nessa história? Vejamos o que pensa a cientista política. Ela alertou o DEM e o PMDB que o ex-prefeito, que, vale lembrar, foi um dos gestores mais bem avaliados da capital baiana, não está tão passivo nas articulações quanto se pensa. "Ele está à espera de uma definição. Até que ponto ele está quieto?...".

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