O que pretende Kassab?
Prefeito de So Paulo criou o PSD para no ser nem de situao nem de oposio, mas props aliana a Lula, ofereceu apoio a Haddad e passeou com o ministro Alexandre Padilha, todos do PT; criador do PSD mira em 2012 para acertar em 2014
247 – O PDT lançou Paulinho da Força à prefeitura de São Paulo. O PCdoB, outro partido aliado do PT em nível federal, também sustenta candidatura própria, com Netinho de Paula. O PMDB é outro parceiro petista no governo federal a garantir que seu pré-candidato, Gabriel Chalita, não abre mão de concorrer à prefeitura da capital paulista. Por incrível que pareça, na comparação com todos esses aliados, o PSD de Gilberto Kassab, que se diz neutro desde a fundação, é o que parece mais propenso a sustentar a ainda cambaleante candidatura de Fernando Haddad em São Paulo. Obviamente que cheio de interesses.
O PSDB mantém a pretensão de coligar com o PSD em São Paulo nas eleições deste ano, mas Kassab parece estar olhando mais adiante ao se aproximar do PT. Ao se bandear para o lado dos petistas mais até do que os parceiros formais, o prefeito de São Paulo se cacifa para tentar alçar voos mais altos, como o governo de São Paulo em 2014. E, diante do tratamento reservado pelos petistas ao prefeito, a possibilidade de um apoio formal daqui a dois anos não parece tão estranha.
O ex-presidente Lula já liberou o partido para discutir uma coligação com o PSD em São Paulo. Além disso, em visita a São Paulo nesta quarta-feira, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, se esquivou de fazer qualquer crítica à tão condenada operação conjunta entre prefeitura e governo de São Paulo na cracolândia da capital paulista. "Comento aquilo que compete ao Ministério da Saúde. O governo não foi informado do início da operação, e nem precisava ter sido", limitou-se a dizer Padilha.
O argumento mais convincente de Kassab, por enquanto, parece ser a possibilidade de conseguir a adesão de igrejas evangélicas à candidatura de Haddad – o ministro é visto com maus olhos pelos religiosos não apenas por ser petista, mas por ter promovido, durante sua gestão à frente do Ministério da Educação, a confecção de uma cartilha anti-homofobia para crianças e a distribuição de preservativos. Em troca, Kassab sugere seu secretário de Educação, Alexandre Schneider (PSD), como candidato a vice-prefeito.
Kassab não tem um governo bem avaliado em São Paulo, mas, do ponto de vista político, é um dos atores mais privilegiados do cenário nacional. Se vai conseguir tudo o que ambiciona, só saberemos daqui a dois anos.
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