"O Rio está na moda. Todo mundo quer vir"
Em entrevista, o prefeito Eduardo Paes garante que a Rio+20 não terá problemas para os visitantes e afirma que este é apenas o primeiro de uma série de grandes eventos
247 – Em entrevista ao jornal Estado de S. Paulo, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, criticou a forma como o Itamaraty conduziu a licitação para reservas de leitos para a Rio+20, que acabou obrigando o governo a intervir para reduzir os preços das diárias. Ele afirmou que a conferência será ainda um teste importante para outros grandes eventos internacionais que vêm pela frente. Leia trechos:
Sobre as diárias dos hotéis
A restrição urbanística da zona sul criou uma série de dificuldades para a permissão de novos empreendimentos hoteleiros. A gente não pode generalizar, mas alguns hotéis abusaram. E teve essa licitação que o Itamaraty fez com uma empresa que, me parece, não tem a capacidade para realizar a tarefa. Lá atrás eu gritei e chamei atenção para a questão. A gente teve reuniões com o setor hoteleiro, a Casa Civil, o governo federal e finalmente chegamos a um consenso.
Sobre a imagem do Rio como cidade cara
Que nada, a imagem que fica do Rio é que é uma cidade divertida. Está na moda, todo mundo quer vir. A Rio+20 é o primeiro de uma série de grandes eventos. Na Eco-92, a grande questão da cidade era segurança. Hoje as questões que preocupam dizem respeito à gestão da cidade.
Sobre os aspectos ambientais da cidade
O Rio evoluiu muito, mas é uma evolução recente. Vamos fazer a Rio+20 com o Aterro de Gramacho fechado (lixão onde são despejadas diariamente 1,8 mil toneladas de lixo). Como uma cidade que se pretende ambientalmente correta faz um encontro ambiental com um lixão às margens da Baía de Guanabara? Vamos ter um centro de tratamento de resíduos muito qualificado. Vamos inaugurar o primeiro BRT (corredor de transporte coletivo), a Transoeste, de 56 quilômetros. São dois grandes fatores de emissão de gases de efeito estufa na nossa cidade: lixo e transporte. A gente começa o saneamento de metade do território da cidade, a zona oeste, que tem 5% do esgoto tratado. Até 2016 chegaremos a 40%. Esses três temas são críticos para uma cidade que quer ter um perfil ambiental correto. O Rio recebe a Rio+20 mais preparado, passando menos vergonha do que passou em 1992. A Rio+20, como primeiro desses grandes eventos, é uma oportunidade de a gente receber bem, mas é um evento que traz mais autoridades do que massa.
Copa e Jogos Olímpicos
O Rio não se vende como paraíso. É uma grande cidade, com enormes problemas. O Rio não ganhou a Olimpíada nem a Copa do Mundo com o discurso de 'Venham, porque paradise is here (o paraíso é aqui)'. O que dissemos foi que trazer os eventos para cá era uma chance de transformar a cidade. O auge disso será a Olimpíada, que mais se preocupa com o legado, a transformação. Esses eventos mobilizam. Descobri isso quando começou a explodir bueiro na cidade. Diziam: 'Como é que vamos realizar a Copa, a Olimpíada com bueiro explodindo?' Eu falei: 'Como é que vamos estar vivos até lá?' Não é a Copa, a Olimpíada, é todo dia.
A tentativa de reeleição
Eleição para quem disputa reeleição é avaliação de governo. As pessoas vão votar e pensar: 'O Rio melhorou ou piorou nesses três anos e meio com o Eduardo?' Quem achar que piorou vai votar contra mim. Quem achar que melhorou a tendência é que me escolha. Eu acho que melhorou. É um governo limpo, sem história esquisita. A Rio+20 influencia, o trânsito todo dia influencia, o sobrado que cai influencia. O Rio é sensacional, as pessoas estão com a autoestima lá em cima.
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