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Poder

O superpoder de Mantega

O ministro da Fazenda sempre o nome mais questionado do primeiro escalo de Dilma. Mas poucos tm demonstrado tanto poder e desenvoltura quanto ele

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Rodolfo Borges, de Brasília – Fraco, gastador, "Forrest Gump da Esplanada", "bebê chorão" e até "completo idiota". O ministro da Fazenda, Guido Mantega, já foi chamado pelos apelidos mais desabonadores e tem frequentemente questionada sua competência para o ocupar o cargo. A desconfiança em relação a Mantega é tanta que, durante a transição de governo, comentava-se que o ministro podia até ter sobrevivido ao governo Lula, mas não passaria pelo crivo da rígida economista Dilma Rousseff. Pois Mantega não apenas foi reconduzido ao cargo como assumiu a liderança da equipe econômica do governo. “A presidente Dilma foi muito incisiva: devemos trabalhar juntos e a coordenação da área econômica é do ministro Guido Mantega”, apressou-se em dizer, em sua posse, no início de janeiro, o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel.

Segundo interlocutores do governo, a presidente Dilma Rousseff respeita e consulta as opiniões de Mantega na área econômica, a ponto de o ministro da Fazenda rivalizar em protagonismo com o forte ministro-chefe da Casa Civil, Antônio Palocci – apesar de não ter conseguido segurar Maria Fernanda Ramos Coelho na presidência da Caixa Econômica Federal. “Dilma ouve Mantega sobre economia e Palocci sobre todos os assuntos, inclusive economia. Não é segredo que há uma rusga entre os dois, mas quem aposta na possibilidade de Mantega cair está redondamente enganado”, disse ao Brasil 247 uma fonte do governo, que minimiza o potencial do desentendimento entre os ministros e confirma o poder de Mantega no governo. “Ele tem base no partido, ao contrário do que se pensa por aí”, completou.

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Como prova da força de seu ministro, Dilma Rousseff tem feito questão de amenizar os mal-entendidos em sua relação com Mantega, e não têm sido poucos nas últimas semanas. Em reunião recente com sindicalistas, a presidente teria dito que seu ministro “fica dando explicação para porteiro de prédio”, referindo-se à forma como Mantega comenta a inflação publicamente. Dias depois, a presidente garantiu ter absoluta confiança no ministro. “Trabalhamos juntos sistematicamente nos últimos anos. Não vou aceitar nenhuma tentativa de diminuir a importância dele no meu governo”, disse Dilma. A presidente só não desmentiu ainda o fato de ter reclamado a um amigo sobre o estilo bebê chorão de Mantega. O comentário foi atribuído a Dilma pela imprensa e diz respeito ao fato de o ministro se incomodar demais com as notícias que correm sobre ele nos jornais.

Se Mantega é mesmo fraco, como se comenta, como conseguiu força para derrubar o presidente da Vale, Roger Agnelli, e liderar processos como o da capitalização da Petrobras e da substituição do G8 pelo G20 como fórum de discussões econômicas mundiais? Parte da resposta está em seus bons relacionamentos dentro do Partido dos Trabalhadores (PT). A outra parte pode ser creditada a seu desempenho durante a crise de 2008, que contribuiu para relativizar as falhas que fizeram de ministro alvo fácil dos críticos. Depois de quatro anos no cargo, até o mercado, grande algoz do ministro, foi obrigado a reconhecer sua força, apesar de ainda não se convencer de seus dotes como economista. “Ele se mostra politicamente forte. Não só pela atuação, mas pela longevidade no cargo. Mas se fosse por competência técnica, o governo colocaria um PhD no Ministério da Fazenda. Esse não é o primeiro critério”, diz Roberto Padovani, estrategista-chefe do Banco WestLB do Brasil. “Mantega é um gestor de confiança. Ele é um cara forte porque é bem relacionado no partido”, resume o economista.

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