Onde estão as Dilmas da presidente Dilma?
Minha Casa, Minha Vida e PAC no engrenam no primeiro ano de governo de Dilma Rousseff; enquanto a presidente administra crises polticas, as ministras Gleisi Hoffmann e Miriam Belchior, que deveriam manter gesto nos trilhos,enfrentam dificuldades; falta uma Dilma a esse governo?
Evam Sena _247, em Brasília – Enquanto o governo tenta arrumar as contas públicas e conter gastos para minimizar os efeitos da crise econômica mundial, as principais vitrines e carros-chefe da campanha eleitoral da presidente Dilma Rousseff permaneceram paralisadas em 2011. A preocupação com a crise não explica por si só os insucessos do PAC e do Minha Casa, Minha Vida neste ano. Assessores no Planalto avaliam que falta no governo atual uma gerente como a própria Dilma foi quando dirigia a Casa Civil.
Até 11 de novembro deste ano, dos R$ 21,6 bilhões desembolsados com o PAC, R$ 5,5 bilhões foram para despesas prevista no orçamento de 2011. O restante é composto por gastos de anos anteriores, que ficaram pendentes. No Minha Casa, Minha Vida, a situação é mais grave. Dos R$ 12,6 bilhões previstos para o programa para 2011, só foram liberados R$ 8,5 milhões. No total, foram liberados R$ 5,6 bilhões, contando os chamados “restos a pagar”.
Os resultados mostram que as ministras Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Miriam Belchior (Planejamento) não estão dando conta do recado. Quando assumiu o ministério no lugar do todo-poderoso Antonio Palocci, Gleisi recebeu a alcunha de "Dilma da Dilma". A promessa não se cumpriu, sua pasta foi esvaziada e, na avaliação de aliados ao governo, falta-lhe ambição e seu trabalho tem se restringido à burocracia.
A ministra não tem acompanhado Dilma nas principais viagens, como a abertura da Conferência da ONU, em Nova York, ou à Europa, e não tem sido escalada para lidar com os grandes abacaxis do governo, como a votação da DRU (Desvinculação das Receitas da União), a Comissão da Verdade e os royalties do pré-sal.
Quando questionada, Hoffmann diz que é auxiliar da presidente e deve agir com discrição e sobriedade. Na verdade, importantes programas que estavam sob responsabilidade da Casa Civil no governo Lula foram transferidos da pasta pelo próprio Palocci, que queria dar uma cara mais política ao cargo. A ministra, no entanto, não trabalha a articulação política do governo, e as obras para a Copa continuam sob o domínio do Ministério dos Transportes; o Brasil Sem Miséria está com o Ministério de Desenvolvimento Social e o PAC e o Minha Casa, Minha Vida ficaram no Ministério do Planejamento.
Por falar em Planejamento, Miriam Belchior também não tem cumprido seu papel com muito brilhantismo. Para justificar o baixo desempenho do PAC e do Minha Casa, Minha Vida, a ministra diz que este é o primeiro ano de governo Dilma e que as obras da segunda fase dos programas estão em fase de licitação ou licenciamento, mas esquece que este é um governo de continuidade e que o PAC 2 foi lançado ainda no governo Lula, sob a justificativa de não empacar o andamento.
Belchior foi reprimida por Dilma depois do anúncio do primeiro balanço do PAC, no início do ano, ao declarar em entrevista coletiva que o Minha Casa, Minha Vida sofreria corte R$ 5,1 bilhões em 2011. No segundo balanço do ano, divulgado nesta semana, ela aprendeu a lição, mas não colocou ordem na casa, o que ficou claro depois que o secretário-executivo da Fazenda, Nelson Barbosa, declarou que o PAC não havia contribuído para o crescimento econômico em 2011. Dilma não gostou da declaração e da falta de sintonia na equipe econômica de seu governo.
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