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      Oposição acusa PT de usar CPI como vingança

      Senador Alvaro Dias (PSDB-PR) afirma que objetivo inicial da CPI do Cachoeira era desviar o foco do 'mensalão' no STF, mas que tentativa foi frustrada; tucano diz que relatório de Odair Cunha (PT-MG) é "insuficiente"; para o deputado Rubens Bueno (PPS-RS), procurador-geral Roberto Gurgel recebe a "sanha daqueles que querem persegui-lo e intimidá-lo"

      Oposição acusa PT de usar CPI como vingança
      Gisele Federicce avatar
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      247, com Agência Senado – O resultado das investigações da CPI do Cachoeira, que teve a apresentação do relatório final adiada mais uma vez, foi duramente criticado pelo senador Alvaro Dias (PSDB-PR) nesta quarta-feira 21. Em Plenário, o senador afirmou que a comissão, criada para investigar as relações de Carlos Cachoeira com agentes públicos e privados, desperdiçou uma "grande oportunidade" de recuperar a credibilidade do Congresso Nacional junto à opinião pública, ao deixar de expor "um dos maiores escândalos de corrupção do país".

      Alvaro Dias reconheceu que o esquema a ser investigado pela CPI era complexo, envolvendo dezenas de empresas, agentes públicos e agentes privados e com desvio de milhões de reais, mas criticou o relatório do deputado Odair Cunha (PT-MG), por não ter chegado ao essencial, mesmo contendo mais de 5 mil páginas. Na avaliação de Alvaro, ele se limitou a repetir as informações já levantadas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal.

      "Por melhor que possa ser esse relatório apresentado pelo deputado Odair Cunha, ele não atende às expectativas da realidade, ele não alcança a essência do escândalo, é insuficiente, não é completo, é incapaz de apontar o mal existente ao redor da empresa Delta, sobretudo junto ao governo da União e ao governo do estado do Rio de Janeiro. Procurou-se armar uma blindagem intransponível para poupar esses governos. Estamos concluindo uma CPI com enterro de terceira categoria", resumiu.

      Para o senador, o objetivo inicial da comissão parlamentar era desviar o foco do julgamento do Mensalão no Supremo Tribunal Federal, tentativa que teria sido frustrada. Outro objetivo, acrescentou, era ferir, se possível mortalmente, o PSDB de Goiás. Por isso, segundo Alvaro, as investigações se restringiram aos fatos ocorridos no eixo Goiás-Tocantins e, mesmo com indícios de que a corrupção maior ultrapassava essa "fronteira", não se estenderam a outros estados.

      Um exemplo dessa estratégia seria o fato de o próprio relator ter elencado 116 empresas sob suspeição, que deveriam ser investigadas, mas não foram nem tiveram seus sigilos quebrados. Segundo o senador, milhões de reais saíram dos cofres públicos, passaram pela Delta e foram repassadas a empresas fantasmas – sem funcionários, produção ou prestação de serviço, mas com movimentações grandiosas em suas contas bancárias. Essas empresas teriam sido criadas para ocultar e desviar valores, lavar dinheiro sujo e repassar recursos na forma de propina para os participantes do esquema liderado por Cachoeira e por Fernando Cavendish, dono da Delta.

      Em aparte, o senador Pedro Taques (PDT-MT), também integrante da CPI, concordou com o colega e afirmou que a comissão parlamentar "não chegou a bom termo em função da mesquinharia político-partidária". De acordo com Taques, o que se viu na comissão foi uma vingança – contra políticos, contra o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, e contra jornalistas. O deputado Rubens Bueno (PPS-RS) concorda com o discurso sobre a vingança contra Gurgel por conta do julgamento do 'mensalão'. "O procurador-geral, exatamente pelo seu papel importante em defesa da lei e em defesa da liberdade, levou a julgamento os mensaleiros. O STF os julgou por isso, e o procurador-geral recebe agora a sanha daqueles que querem persegui-lo e intimidá-lo", disse. "É uma vendeta petista, uma retaliação. É uma inclusão para incomodar, chatear. Espero que não deem bola para essa bobagem", acrescentou o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS).

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