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Osmar Terra, padrinho do "Ministério Paralelo" de Bolsonaro, é alvo de pedidos de expulsão do MDB

O “Ministério Paralelo” do governo, acusado de munir Jair Bolsonaro com orientações negacionistas durante a pandemia, tinha o deputado Osmar Terra (MDB-RS) como “padrinho”, que já defendeu publicamente a “imunidade de rebanho”. Militantes do MDB, partido de Osmar, exigem sua expulsão em um grupo de WhatsApp, após revelação de vídeo que comprova sua influência

Osmar Terra, padrinho do "Ministério Paralelo" de Bolsonaro, é alvo de pedidos de expulsão do MDB (Foto: Marcos Corrêa - PR)

247 - O “ministério paralelo” do governo, acusado de munir Jair Bolsonaro com orientações negacionistas na pandemia do coronavírus, tinha o deputado Osmar Terra (MDB-RS), defensor da medida de “imunidade de rebanho”, como “padrinho”.

Após vir à tona um vídeo de uma reunião do “ministério paralelo” do dia 8 de dezembro, com a presença de Jair Bolsonaro e Osmar Terra ao seu lado liderando os trabalhos do encontro, contendo trechos explícitos do virologista Paolo Zanoto desaconselhando a vacinação em massa contra a Covid-19, militantes do MDB, partido de Osmar, exigiram na manhã desta sexta-feira (4) sua expulsão em um grupo de WhatsApp.

“Esse sujeito não será expulso do MDB mesmo? Ele é o grande mentor da ‘imunidade de rebanho’ que culminou na morte de centenas de milhares que não morreriam, caso o governo tivesse tido o mínimo de responsabilidade”, escreveu um filiado, como revelou o portal O Antagonista.

Em seguida, o grupo começou a tratar de uma possível formalização de pedido de expulsão do deputado gaúcho da legenda.

“A ignorância e o atraso trabalham noite e dia para involuntariamente destruírem a democracia”, justificou outro militante.

Depois, alguém provocou o próprio Osmar Terra, que faz parte do grupo de mensagens:

“Tu não tem vergonha não? Se a coragem de falar essas coisas [sobre a pandemia] fosse a mesma para responder aqui no grupo pelo menos…”

Saiba mais

Imagens obtidas pelo Metrópoles mostram o aconselhamento do chamado “ministério paralelo” sendo feito diretamente a Jair Bolsonaro (sem partido) – com trechos explícitos de ressalvas à aplicação de vacinas. Trechos de uma reunião, ocorrida em 8 de setembro, também confirmam que Arthur Weintraub intermediava os contatos entre o grupo e o Palácio do Planalto.

Entre os participantes do encontro estava a imunologista Nise Yamaguchi, o virologista Paolo Zanoto e outros médicos de diversas especialidades. Confinados em uma sala de reuniões do Planalto, nenhum dos profissionais usa máscara.

Na ocasião, Zanoto aconselha o presidente a tomar “extremo cuidado” com as vacinas contra a Covid-19. “Não tem condição de qualquer vacina estar realisticamente na fase 3”, diz. Na data do encontro, e-mails da Pfizer estavam sem resposta nos computadores do Ministério da Saúde.