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      “Outros candidatos terão que surgir para disputar com Lula”

      Pesquisa Vox Populi mostra tanto a força política do ex-presidente quanto a fragilidade eleitoral e esgotamento das eventuais candidaturas de seus oponentes; "Outros candidatos vão ter que surgir. Só esses não são páreo para Lula, ainda. Uma parte do eleitorado quer novidade, e esses são os mesmos candidatos das últimas eleições. Quem não quer Lula, gostaria de uma nova alternativa, e essa alternativa realmente não apareceu", avalia a cientista política Maria do Socorro Sousa Braga, da Universidade Federal de São Carlos; reportagem da Rede Brasil Atual

      Pesquisa Vox Populi mostra tanto a força política do ex-presidente quanto a fragilidade eleitoral e esgotamento das eventuais candidaturas de seus oponentes; "Outros candidatos vão ter que surgir. Só esses não são páreo para Lula, ainda. Uma parte do eleitorado quer novidade, e esses são os mesmos candidatos das últimas eleições. Quem não quer Lula, gostaria de uma nova alternativa, e essa alternativa realmente não apareceu", avalia a cientista política Maria do Socorro Sousa Braga, da Universidade Federal de São Carlos; reportagem da Rede Brasil Atual (Foto: Paulo Emílio)
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      Eduardo Maretti, da Rede Brasil AtualA pesquisa Vox Populi/CartaCapital divulgada na sexta-feira (5), segundo a qual o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seria o candidato mais votado no primeiro turno em 2018, nos três cenários estudados, mostra tanto força política de Lula quanto a fragilidade eleitoral e esgotamento das eventuais candidaturas de seus oponentes. De acordo com o primeiro cenário da pesquisa, Lula desponta, no primeiro turno, com 28% dos votos, contra 18% de Aécio Neves (PSDB). Ambos são seguidos por Marina Silva com 15%.

      No segundo e terceiros cenários, o PSDB não vai nem ao segundo turno. Em um deles, Lula tem 29%, seguido por Marina, com 18%. O governador paulista Geraldo Alckmin aparece com apenas 11%. Na terceira simulação, Lula também lidera, com 29%, e em segundo vem Marina (19%). José Serra teria só 13% das intenções de voto.

      "Outros candidatos vão ter que surgir. Só esses não são páreo para Lula, ainda. Uma parte do eleitorado quer novidade, e esses são os mesmos candidatos das últimas eleições. Quem não quer Lula, gostaria de uma nova alternativa, e essa alternativa realmente não apareceu", avalia a cientista política Maria do Socorro Sousa Braga, da Universidade Federal de São Carlos.

      Na opinião da analista, a pesquisa é significativa da força "simbólica de Lula", principalmente entre os trabalhadores. "Geralmente, quem é mais crítico ao PT e ao Lula é a classe média tradicional. Penso que uma parte da classe média que ascendeu mais recentemente, que não é a tradicional, que saiu da pobreza e subiu socialmente, é um pessoal que não esquece que sua ascensão se deve à gestão Lula, mais até do a que de Dilma", diz.

      Maria do Socorro ressalva que, como esse é um segmento eleitoralmente "volátil", não é possível dizer que essa "fotografia" registrada pela pesquisa vai se manter até 2018. Aspectos da conjuntura política e questões ligadas a denúncias poderiam interferir ou mesmo reverter o quadro.

      Mesmo assim, para ela, a identificação de Lula com o "público de massa" ultrapassa a do próprio PT. "Com certeza ele mantém um patamar de votos que o credencia a qualquer cargo, principalmente o maior, que é de presidente da República."

      Tucanos
      O desempenho sofrível apresentado pelos eventuais candidatos tucanos, com exceção de Aécio Neves, o único que hoje iria ao segundo turno, mostra o desgaste de suas figuras públicas. Na opinião da cientista política, o desempenho de Serra (com apenas 13%) não é novidade. "A rejeição a ele já vem de tempos. Na última vez em que ele foi candidato à presidência isso já ficou explícito", diz.

      Quatro dias antes do segundo turno da eleição de 2010, em que Serra concorreu com Dilma Rousseff, pesquisa CNT/Sensus mostrou que o índice de rejeição ao tucano, de 43%, era o maior desde o início da então disputa entre ambos.

      Para Maria do Socorro, o baixo índice de Serra na pesquisa Vox Populi/CartaCapital pode ser também reflexo da rejeição de parte do eleitorado contra o impeachment de Dilma. "Ele assume o governo federal, como ministro das Relações Exteriores, como partícipe de um governo clandestino, como é o de Temer, e acaba reforçando a rejeição que já havia a ele."

      Já o desempenho de Alckmin, o pior entre os tucanos, de acordo com Maria do Socorro, diz respeito ao seu governo no estado. "Penso que tem a ver com a gestão desastrosa, que já vinha de há algum tempo, e aumentou na atual gestão. Há várias denúncias em relação ao Alckmin, relativas ao Metrô e outras obras. Não há avaliação positiva, não há novas obras", avalia. "Com tudo isso, a tendência é ele não se credenciar para o nível presidencial."

      A professora diz que Aécio, com seus 18%, a surpreendeu. "Porque ele vinha em queda há muito tempo, ficou sumido recentemente. Mas seu desempenho provavelmente tem a ver com o recall da última eleição."

      Já o resultado de Marina Silva mostra que, de modo geral, o eleitorado quer novidade, o que vale também para Alckmin e Serra. "Marina Silva não teria, percentualmente, nem os votos do que teve na última eleição", lembra Maria do Socorro. Em 2014, Marina obteve 21,32 % dos votos.

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