Pacto Serra-Russomano cria muro contra Haddad
Somados, tucano e deputado do PRB têm 56% no Datafolha; passarão o primeiro turno amiguinhos; gestão de Gilberto Kassab na prefeitura poderá ser criticada; pior mesmo para Fernando Haddad, do PT, que precisa crescer quatro vezes para rachar esse acordo de não agressão
247 – De longe o político mais experimentado da eleição paulistana, José Serra viu a sorte lhe sorrir no crescimento nas pesquisas do deputado Celso Russomano. Mais que rapidamente enviou a ele emissários para a costura de um acordo de não agressão em primeiro turno. Este, que em seu terceiro mandato de deputado federal, nascido politicamente ao largo dos partidos, por um golpe dramático de imagem na televisão, nada tem de bobo, vai assinar em baixo. Com uma ressalva importante: atacar o quanto achar conveniente a gestão do declinante, na opinião pública da cidade, e ascendente, no partidarismo local, estadual e nacional, prefeito Gilberto Kassab.
Como diz o próprio Russomano, "se está bom para a ambas as partes, está bom para mim também". Fernando Haddad e o PT, que estão ao pé da muralha de 27% de intenções de voto no Datafolha construída por Russomano, com apenas 7%, terão de crescer quatro vezes de altura para começar a enxergar o que se passa do outro lado. Pular o muro são outros quinhentos.
A conversa dos serristas como os russomanistas já estava marcada para acontecer nesta terça-feira 24. O pacto de não agressão é efetivamente positivo para ambos. Serra, que vê sua rejeição aumentar perigosamente, fica, na prática, com um adversário a menos. Russomano, que surpreende com um crescimento consistente, fica fora do alvo de uma estrutura partidária grande, com penetração, como é o PSDB, na mesma classe média que ele se apóia em suas campanhas de defesa do consumidor.
A verdade é que, atuando como deputado, e depois de romper com Paulo Maluf, Russomano continuou correndo em faixa próprio, fazendo um trabalho que não chama a atenção da grande mídia, mas já lhe rende intenções de voto suficientes para repintar o quadro das eleições paulistanas.
Se não contar com a adesão em massa da militância do PT – nem se diga mais de Marta, mas do filiado que frequenta os diretórios e têm presença social --, Haddad terá de fazer milagre, em seu horário de tevê, para superar Russomano e, só então, finalmente polarizar com Serra. E não vai adiantar chamar o deputado do PRB de malufista, porque com este o PT fechou.
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