Padilha nega crise institucional e minimiza delação contra Serra

247 - Ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, negou que haja uma crise institucional entre os Poderes apesar da troca de farpas entre o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, em razão da Operação Métis, realizada nas dependências do Senado e que resultou na prisão de quatro membros da Polícia Legislativa. Ele também minimizou o fato do ministro das Relações Exteriores, José Serra, ter sido citado em relatórios da Lava Jato como beneficiário de uma propina de R$ 23 milhões. "A pauta do governo não pode ser a pauta das delações", afirmou.

Segundo Padilha, os Poderes estão funcionando "com independência" e que o campo político mudou desde que a Operação Lava Jato foi deflagrada. "Não tem nenhuma crise institucional. As instituições, os Poderes da República funcionam normalmente, com independência e harmonia. Portanto, não existe crise institucional. Tivemos sim alguma discrepância entre como vai se interpretar determinado fato entre o Legislativo e o Judiciário. Ontem, o Judiciário disse como deveria ser. Ponto. A crise entre uma opinião de uma pessoa e outra não pode dizer que é uma crise institucional. As instituições estão perfeitamente funcionando, com independência e harmonia", afirmou o ministro.

Em referência às delações premiadas de executivos da empreiteira Odebrecht que implicam o ministro José Serra como beneficiário do recebimento de propinas por meio de contas em bancos estrangeiros, Padilha foi enfático. "A pauta do governo não pode ser a pauta das delações. O Ministério Público está funcionando perfeitamente, a Polícia Federal funciona com autonomia e perfeitamente. Tivemos uma mudança de postura no campo político (com a Lava-Jato), que vai ser para sempre no Brasil. Os três Poderes, o MP funcionando na plenitude vamos, sim, construir um novo Brasil", destacou.

"A pauta do governo não pode ser a pauta das delações. Temos que cuidar da crise fiscal. No devido tempo, se for o caso, quem for mencionado, se por ventura vier a ser chamado pela Justiça, caberá a cada um exercitar seu direito de defesa. Por enquanto, não podemos sair falando sobre algo que ainda não existe", completou.