Pagot pagou ou não pagou? Eis a questão!

Por Elieser Cesar*

Luiz Antônio foi às comissões

e se esquivou de falar de comissões.

Não disse se Pagot pagou ou não pagou.

Não esclareceu, tergiversou.

Não informou quanto pagou,

pois, se é verdade que recebeu,

pode ser verdade que também pagou.

Pagou a quem?

Pagou a quanto?

Quanto pagou?

Se for verdade que Pagot pagou,

dizei-nos, logo: quanto pagou?

Se recebeu de empreiteiro,

a quem pagou primeiro?

Se de políticos, recebeu,

No bolso de quem

o dinheiro intrometeu?

Pagou também ao PT?

O certo, é que não pagou a mim, nem a você.

Pagou a 10, 12 ou 20 por cento?

Ninguém sabe,

ninguém viu,

ninguém ouviu.

Oh, triste e cruel lamento,

o dinheiro público

foi levado pelo vento?!

Por certo não pagou à Presidente,

ágil ao mandar uma cúpula embora.

Porém, Pagot, nos diga, agora,

teria sido paga à malta indecente?

Pagot, também cobrou

por estradas, pontes,

viadutos e metrôs?

Também buscou dinheiro em outras fontes?

Pagou por educação

ou apenas por transporte e condução?

Pagou por segurança,

ou por uma gorda poupança?

Pagou por saúde

ou distribuiu dinheiro

a varejo e à amiúde?

Pagot é do Dnit.

Não pagou a mim,

nem a Zenite.

Pois não deve nada.

Pagou a mais

por cada quilômetro de estrada?

Pagou também pelo Nascimento.

Mas, que sorte!

Pagou pela Vida,

não pagou pela Morte.

No Senado, até o Lindbergh,

eterno imberbe,

extravasava:

"Afinal, não foi tão infernal 

como se imaginava."

E no Planalto,

já de salto alto,

como numa festa

em que se distribui comendas

a ministra Idelli, estava ali

para anunciar a liberação de emendas. 

Do Paraná, o senador Maggi,

temperado em caldo de galinha,

ou num refogado de lingüiça,

defendeu o pupilo que apadrinha:

"Se demitido for, é injustiça".

Se Pagot pagou ou não pagou,

esta a dúvida não é só minha

- suspeitas há até na Carta de Caminha - 

se entrou no circo e não pagou ingresso,

Quem deve investigar é o Congresso.

* Elieser Cesar é jornalista