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Poder

Partidos em queda livre

Se continuar assim, modelo de democracia perderá a legitimidade

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Não é um fenômeno brasileiro, pois os partidos políticos estão em crise em vários países. Deixaram de ser importantes, perdem militantes, apoios e votos, é difícil distinguir uns dos outros. Não se identificam mais com ideologias, posições políticas ou defendem programas de governo. Suas marcas são jogadas politiqueiras, manobras eleitoreiras, patrimonialismo e corrupção. Estão em decadência e sendo substituídos, na mobilização social, por organizações não governamentais, pelas redes sociais e por mobilizações espontâneas por elas convocadas.

A Europa é um exemplo. Partidos no poder estão sendo derrotados, sejam conservadores, liberais ou social-democratas. Na Alemanha e na Itália, os partidos de direita que estão no governo vêm sendo derrotados em eleições regionais. Na Espanha é o partido social-democrata que perdeu em pleitos locais. Em Portugal, a derrota dos social-democratas levou a direita ao governo. Esse fenômeno de alternância, sem que na verdade nada mude de fato, deve se repetir em outros países.

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As revoltas em países árabes não são comandadas por partidos ou formações políticas estabelecidas, mas por grupos que se formam em meio à luta, no desenrolar dos acontecimentos. Na América Latina, a contestação aos partidos se manifesta mesmo em países nos quais são tradicionais, como na Argentina, no Chile e no Uruguai. Na Venezuela, na Bolívia e no Equador a falência dos partidos levou ao modelo chamado de bolivariano.

O que desgasta os partidos políticos é sua incapacidade de resolver as questões estruturais e os problemas mais sentidos pela população, enquanto gastam suas energias com politicagens que só beneficiam seus integrantes. Além disso, as motivações ideológicas ou programáticas praticamente desapareceram e todos os partidos se parecem. Não que isso seja novo, pois já no Segundo Império o Visconde de Albuquerque dizia que “nada mais parecido com um saquarema (conservador) do que um luzia (liberal) no poder”.

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É interessante observar também que as derrotas de partidos no poder não têm levado ao crescimento dos partidos tradicionais agora na oposição, mas a partidos menos expressivos, mas mais consistentes em termos de ideias, que vêm desafiando o bipartidarismo de fato. Outro fenômeno são as mobilizações espontâneas que levam a um novo tipo de organização, os movimentos de “indignados” e que pedem “democracia real, já”. Uma exceção de peso nesse quadro são os Estados Unidos, onde o bipartidarismo está consolidado, embora republicanos e democratas sejam parecidíssimos.

Seria muito bom, para a democracia, para o Brasil e para o povo, que os partidos políticos tivessem programas claros e ideologias definidas. Assim, ao votar, saberíamos em que estávamos votando e o que aconteceria durante o mandato dos vencedores. Hoje não sabemos sequer quem estará compartilhando o governo, pois temos até a muito estranha figura do líder permanente do governo, seja qual for o governo (o senador Romero Jucá), um futuro partido que se orgulha de não ter definição política (PSD) e partidos em que convivem harmonicamente a direita e a esquerda (muitos).

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Uma verdadeira reforma política e eleitoral poderia ajudar muito a termos um quadro partidário mais claro e eleições que realmente definissem, pela vontade popular, os rumos do país. Mas a cada dia se comprovam as previsões de que deste Congresso não sairá nenhuma reforma que mereça esse nome – e ainda se corre o risco de que as mudanças piorem o que já é ruim.

Se os partidos políticos continuarem com a atual postura e desconhecerem o fenômeno que os leva a serem desimportantes para as pessoas, em algum tempo serão superados e esse modelo de democracia perderá a legitimidade.

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Bom enquanto durou

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, jogou fora quase todo o capital político que acumulou nos últimos anos em dois episódios: a revolta dos bombeiros e a viagem para comemorar o aniversário de um empresário beneficiado por seu governo. Como uma coisa puxa a outra, aparece agora, na Folha de S. Paulo, a informação de que causou um rombo de R$ 50 bilhões nas finanças do Rio concedendo absurdas isenções fiscais a empresas.

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Ninguém consegue enganar a todos o tempo todo.

 

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