Patriota pode estar com os dias contados

247 – A greve histórica do Itamaraty já contaminou 86 postos consulares no exterior, incluindo as principais embaixadas dos EUA, Europa e Ásia, com a adesão de funcionários contratados sem concurso.

Com a crise, o ministério das Relações Exteriores, que mal consegue dar conta das negociações acirradas na conferência da Rio+20, está a beira de uma ruptura.

Em 2010, a escolha do então embaixador Antônio Patriota para chefiar o ministério de Relações Exteriores tinha por objetivo aumentar o prestígio do Itamaraty no governo Dilma -que manteve a prática do governo Luiz Inácio Lula da Silva de nomear diplomatas de carreira para os postos-chave do ministério. Patriota não só falhou na missão – pela primeira vez na história do Brasil os diplomatas, oficiais e auxiliares de chancelaria cruzaram os braços por reajustre salarial – como também conquistou o desprezo da presidente.

Dilma passou recentemente por um grande constrangimento em sua primeira visita oficial aos Estados Unidos. Com falta de agenda, voltou do país de Barack Obama assim como iniciou a viagem: de mãos vazias.

E dentro de casa, o maior evento global organizado em sua gestão já é considerado um fracasso por ONGs e mesmo pela ONU pelo fato do documento-base não ter alcançado a ambição necessária para os objetivos do planeta. "Minha mensagem para os líderes globais é clara: o desenvolvimento sustentável é uma ideia cujo tempo vai chegar. Precisamos juntar as palavras às ações. Agora é a hora dos líderes globais agirem", disse o secretário-geral da ONU, Ban Ki Moon.

O fraco desemprenho de Patriota na conferência e a perda de controle no Itamaraty teriam sido a gota d’água para a presidente. Sua demissão pode acontecer na próxima semana. Segundo informações do colunista Claudio Humberto, Celso Amorim e José Mauricio Bustani, embaixador em Paris, já disputam a vaga.