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PCdoB: dinheiro demais, bancada de menos

Oramento de R$850 milhes do Ministrio do Esporte parece ter ficado grande demais para os 16 parlamentares do PCdoB. Crise pode valer a perda do ministrio aos comunistas. Na foto, sede de R$ 3 milhes em SP

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Manuela Meneses e Rodolfo Borges_247 – O Partido Comunista do Brasil (PCdoB) está descobrindo da forma mais dolorosa que um orçamento de R$ 850 milhões não cabe numa bancada de apenas 16 parlamentares. A verdade é que, incrementado em 63% em relação ao ano passado (subiu para R$ 2,5 bilhões), o orçamento do Ministério do Esporte se tornou grande demais para um partido com pouca representação política – mesmo diante do corte orçamentário do início do ano, que retirou 64% da Pasta em 2011, deixando-o apenas com R$ 850 milhões.

Esse aumento de importância pode explicar o surgimento de denúncias capazes de derrubar o ministro Orlando Silva, feitas pelo policial militar João Dias Ferreira. Os ataques contra o ministro se tornaram tão intensos que o partido já começa a repensar a defesa veemente de Silva, temendo os reflexos da crise para a imagem do PCdoB.

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O partido comunista comanda o Ministério do Esporte desde o início do governo Lula, em 2002, quando o país ainda nem pleiteava receber a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016. De lá para cá, a Pasta cresceu demais e naturalmente passou a ser cobiçada por outros partidos – especula-se que PT e PMDB poderiam estar alimentando o sangramento dos comunistas.

Para se ter uma ideia do aumento da importância da Pasta nos últimos tempos, o programa Brasil Campeão – que financia a preparação de atletas para esportes de alto rendimento – teve o orçamento de R$ 67,7 milhões (2010) multiplicado por 12 para este ano, atingindo R$ 843 milhões, segundo o site Contas Aberta –o cálculo foi refeito diante da contenção de gastos auto-imposta pelo governo. A perspectiva de investimento dos próximos anos, contudo, desperta interesse de outros partidos na mesma medida em que embasa suspeitas.

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A crise no Esporte chamou atenção nesta semana, por exemplo, para a nova sede do comitê central do partido. Localizado em São Paulo, o prédio foi comprado em 2008 e custou R$ 3,3 milhões. “Esse valor tem aproximadamente 50% de recurso do fundo partidário. Os outros 50% são provenientes de doações de filiados que aderiram ao partido ao longo de um longo período”, explicou ao Brasil 247 João brasil, assessor da presidência do partido.

Pela forma como a informação foi divulgada inicialmente, fica-se com a impressão de que um partido que se diz comunista esbanjou ao comprar a sede de mais de R$ 3 milhões. Mas, como a reportagem do Brasil 247 comprovou na tarde desta quinta-feira, o comitê do PCdoB em São Paulo, que tem oito andares e abriga 50 funcionários, não tem nada de suntuoso. O prédio é simples e precisa de retoques e a decoração se resume a paredes pintadas com as cores do partido – vermelho, branco e amarelo – e ornadas com imagens de Marx e Lênin. Tudo muito simples e pago em mais de uma parcela entre os anos de 2007 e 2008.

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Segundo o assessor João Brasil, o partido não pode receber doações ou contribuições de ONGS, o que o exime de suspeitas em relação aos convênios do Ministério do Esporte que passam por investigação. A presença de pessoas ligadas ao partido no Ministério, contudo, evidencia a ligação estreita entre o PCdoB e a Pasta. Mesmo sem qualquer currículo na área esportiva, ex-dirigentes da União Nacional dos Estudantes (UNE) ocupam cargos de importância no Ministério desde o governo Lula.

Esse tipo de denúncia de favorecimento de pessoas ligadas ao partido – e a compra de imóveis – provavelmente não chamariam atenção se o PCdoB não comandasse uma das Pastas que mais cresceu de importância durante o governo Lula. O grande desafio do partido, agora, é manter a posição que ocupa no governo, e a mais cotada para garantir o partido no Ministério do Esporte é a deputada federal Manuela d’Ávila. O PCdoB reservou seu último programa do horário eleitoral gratuito, nesta semana, para defender Orlando Silva, mas precisa decidir nos próximos dias se prefere garantir a presença no Ministério ou se arriscar a cair junto com o ministro.

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