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Pede para sair, ministro

Orlando Silva pode provar sua inocência fora do governo, evitando constrangimentos para Dilma às vésperas da Copa e das Olimpíadas

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Líder do governo na Câmara, o deputado petista Cândido Vaccarezza, decretou que “o caso está encerrado”. Para ele, nada mais há a se discutir quanto às denúncias feitas contra o ministro do Esporte, Orlando Silva. A mesma coisa foi dita por Vaccarezza nos primeiros dias da crise que acabou levando à demissão do então ministro Antonio Palocci. Vaccarezza, pelo jeito, não aprende.

É prematuro, sob o ponto de vista formal, julgar o ministro culpado. Mas também é prematuro considerar que as denúncias apresentadas por um ex-militante do PCdoB sejam vazias. Ainda pode acontecer muita coisa e o caso não está encerrado. Orlando Silva pode estar na mesma rota de seus colegas que deixaram o governo depois de um penoso processo de desgaste.

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O ministro pode ser inocente, mas todo mundo – inclusive nos órgãos de controle do governo e no Ministério Público -- sabe que o programa Segundo Tempo, de seu ministério, é, desde o primeiro mandato de Lula, uma das grandes fontes de corrupção no governo. Aliás, programas que têm a participação de organizações não governamentais têm sido, quase sempre, campo fértil para a roubalheira. Em qualquer ministério.

É a velha história. Se os ministros sabem que os ladrões estão em ação na sua área e nada fazem, são coniventes. Se participam do roubo, são ladrões também. Se não sabem de nada, são incompetentes. Nas duas primeiras situações, têm de ser demitidos e denunciados à Justiça. Na terceira, têm de ser demitidos ou pedir demissão, pois não têm condições de administrar a pasta.

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Orlando Silva pode ser inocente, mas na melhor das hipóteses -- para ele -- está na terceira situação. Ele pode alegar que não roubou nem sabia que roubavam, mas a corrupção está mais do que presente em seu ministério, e não só no Segundo Tempo. É, assim, no mínimo incompetente. Partindo do princípio de que é inocente e que as acusações do soldado João Dias Ferreira são falsas, já deveria ter pedido demissão por incompetência. E pedir demissão evitaria mais desgastes para o governo que ele e seu partido apoiam.

Aliás, por muito menos do que os malfeitos cometidos por nossos ministros, um ministro britânico pediu demissão na semana passada. Ele fez tráfico de influência e antes que as investigações começassem, saiu para não prejudicar o governo. Demitindo-se, o tema deixa da política e vai para outras esferas.

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O desempenho do ministro do Esporte depois das acusações tem sido perfeito. Ele está fazendo o que todo administrador de crise que não é advogado sugere a seus clientes: não se intimidar, atacar o adversário, mostrar indignação, não temer jornalistas nem audiências públicas. Criar a dúvida, ganhar simpatia, colocar-se como vítima de uma injustiça. Advogados geralmente sugerem que o acusado fique em silêncio, se esconda, não fale com jornalistas, seja “blindado”. Cobram caro de seus clientes, mas os que seguem essas recomendações podem contar com a derrota. Basta lembrar de Arruda, Palocci e Pedro Novais, entre muitos.

O problema para Orlando Silva é que o ótimo desempenho que vem tendo não lhe garante o controle da situação. Ele não controla o ex-militante de seu partido, que pode ter provas e mostrá-las. Não controla a imprensa, que pode continuar investigando não só os fatos denunciados como questões paralelas. E há muita gente, na cartolagem política e esportiva, querendo aproveitar o momento para derrubá-lo.

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O melhor que o ministro faz é não acreditar no Vaccarezza e pedir para sair. Pode provar sua inocência sem causar mais constrangimentos ao governo, às vésperas de uma Copa do Mundo e das Olimpíadas.

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