Perillo se diz tranquilo: “Sou homem de boa fé”

247 – Com o governo de Goiás cercado por ligações perigosas com o contraventor Carlinhos Cachoeira, que tem amigos instalados no primeiro escalão, o titular Marconi Perillo está “muito tranquilo”. É o que ele afirma em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, publicada nesta segunda-feira 9. Fica, da parte dele, porém, uma ponta de preocupação com o calendário eleitoral deste ano. “Falta um tempo para o início da campanha municipal e espero que tudo seja esclarecido até lá”, afirmou.

Quando o assunto foi o flagrante levado por sua chefe de Gabinete, que transmitia informações estratégicas, de dentro do governo, para Cachoeira, o “tranquilo” Marconi se disse “assustado”. Eis a resposta: “Fiquei tão assustado quanto meus companheiros”, disse ele. “Soube dessa relação (com Cachoeira) quando houve o episódio (operação da PF). Posso afirmar que é pessoa corretíssima, que não tem qualquer ligação com o jogo, caça-níqueis, ilegalidade”. E completa: “Nenhum dos citados ligados a mim foi relacionado a ilícitos e contravenção”.

O governador, que disse manter uma relação de “altos e baixos” com o senador Demóstenes Torres (GO) encontrou um meio de elogiar o político que caiu em desgraça. “O Demóstenes tinha uma popularidade muito grande e foi muito importante para a nossa vitória, especialmente no segundo turno. Ele me ajudou muito”, assegurou Perillo.

A seu favor, o governador exibiu uma contabilidade sobre as apreensões de máquinas caça-níqueis em Goiás. “Desde o ano passado, quando cheguei ao governo, a polícia civil deflagrou mais de 400 operações de apreensão de máquinas de jogos ilegais, entre as quais caça-níqueis. A PM apreendeu nesse período 1.801 máquinas, parte delas já destruída”. Ele completou dizendo que encontrou Cachoeira numa festa e este lhe afirmou ter abandonado suas atividades ilegais. “Eu acreditei. Eu acredito nas boas intenções das pessoas. Sou um homem de boa fé”