PM invade palácio para 'devolver' R$ 200 mil
Joo Dias, piv da queda de Orlando Silva do Ministrio do Esporte, preso ao tentar invadir sede do governo de Braslia; estava com mala com dinheiro; disse que queria devolver a secretrio de governo Paulo Tadeu; GDF emite nota oficial
Brasília 247 - O policial militar João Dias, pivô da queda de Orlando Silva do Ministério do Esporte, foi detido na tarde desta quarta-feira após tentar invadir o gabinete do secretário de governo Paulo Tadeu, no Palácio do Buriti, sede do Governo do Distrito Federal. Segundo testemunhas, o PM entrou no Buriti depois de gritar, ainda do lado de fora, que queria conversar com Tadeu. Dias carregava uma maleta com dinheiro.
De acordo com seu advogado, André Cardoso, Dias pretendia devolver R$ 200 mil que recebeu ontem como forma de "cala boca". Cardoso explicou que o PM só recebeu o dinheiro para poder gravar o acordo, que, segundo ele, foi registrado por um telefone celular, devidamente entregue à polícia. “Hoje ele foi devolver o dinheiro a quem ele achava que caberia”, completou o advogado, que relatou que o PM tem recebido muitas propostas para não contar o que sabe.
Depois de agredir duas secretárias, o PM foi detido e encaminhado para a 5ª Delegacia de Polícia, por volta das 16h, onde foi autuado em flagrante por injúria. A fiança não foi estipulada, e o policial ainda pode responder por lesão corporal, já que uma secretária e um PM lotado no Palácio do Buriti, que saiu da confusão com um dedo machucado, depõem. A corregedoria da PM também pode abrir processo. Todos os envolvidos prestam depoimento ao delegado Marcelo Araújo de Paula.
O homem que mais contribuiu para o desgaste do ex-ministro Orlando Silva estava sumido desde a queda do comunista do Ministério do Esporte. Nem seu blog, Rota de Colisão, vinha sendo atualizado com a frequência costumeira.
Leia nota do Governo do DF sobre o ocorrido:
A equipe de segurança do Palácio do Buriti teve que retirar do prédio na tarde de hoje o policial militar João Dias após ele agredir duas servidoras da Secretaria de Estado de Governo.
João Dias teve que ser contido pelos seguranças já que apresentava comportamento agressivo e foi encaminhado à Polícia Civil, que tomará as medidas legais pertinentes ao caso.
Quanto ao secretário de Governo, Paulo Tadeu, ele não se encontrava no Palácio durante o episódio. O secretário e outras autoridades do GDF participavam de reunião com os governadores do Centro-Oeste na Residência Oficial de Águas Claras.
A segurança do Palácio do Buriti abriu procedimento para apurar como se deu o acesso de João Dias ao Prédio. O Governo do Distrito Federal também vai apurar com que objetivos escusos o policial apareceu nesta tarde de forma despropositada no Palácio do Buriti.
Secretaria de Comunicação
Abaixo, noticiário a respeito produzido pela Agência Estado:
AE - Delator do suposto esquema de arrecadação propina para o PC do B que derrubou o ministro do Esporte, Orlando Silva, o policial militar João Dias foi preso hoje (7) em Brasília depois de invadir o Palácio do Buriti, onde despacha o governador Agnelo Queiroz e agredir servidores. Por meio de nota, o governo do DF informou que Dias foi retirado do prédio pela segurança e entregue à Polícia Civil, que abriu inquérito para apurar o caso.
Conforme a investigação, Dias tentou tomar satisfações com o secretário de governo, Paulo Tadeu, seu desafeto. Como Tadeu não estava no recinto, o militar, que é faixa preta de kung fu, passou a agredir verbalmente duas servidoras do gabinete e jogou dinheiro sobre a mesa delas. Dias, segundo a nota, "teve de ser contido pelos seguranças, já que apresentava comportamento agressivo". A seguir, foi encaminhado à 5ª Delegacia de Polícia, onde prestou depoimento, foi indiciado por desacato e liberado no início da noite.
Fundador e dirigente de duas ONGs, Dias recebeu R$ 2,9 milhões do Ministério do Esporte, em 2006, por meio do programa Segundo Tempo, para promover atividades esportivas e de lazer a 5 mil alunos carentes da cidade satélite de Sobradinho. À época, o ministro era Agnelo, sucedido por Orlando Silva. A Controladoria Geral da União constatou que os serviços não foram prestados e na prestação de contas foram anexadas notas fiscais falsas.
O militar acabou preso por fraude, durante a operação Shaolin e foi condenado a devolver o dinheiro. Depois foi à forra, denunciando o esquema de aparelhamento político e desvio recursos na Pasta. Antes, ele tentou a ajuda do governador para quitar a dúvida. A segurança do Palácio do Buriti abriu procedimento para apurar como se deu o acesso de João Dias ao prédio. O GDF informou que vai apurar "com que objetivos escusos" o policial apareceu hoje à tarde, "de forma despropositada".
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