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Poder

Política, mercado e Estado

A exemplo do Brasil, é notória a grande dificuldade de convivência entre os políticos, que se aproximam do mercado e tentam organizar o Estado

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As três instituições são lugares complexos e vivem de confrontos pelo mundo afora. A exemplo do Brasil, é notória a grande dificuldade de convivência entre os políticos, que se aproximam do mercado e tentam organizar o Estado. No outro lado, a população, objetiva pressionar a política para democratizar sua participação no Estado e organizar o mercado. Neste ínterim a política passa a ser a corda de força que tem reflexo de ambos os lados, exercida por uma grande maioria desfavorecida e uma turma do andar de cima que defende seu território de poder e felicidade – com unhas e dentes, o que tem de mais afiado. Não se trata, enfim, de uma condição brasileira, mas globalizada, com crises sucessivas nesses três espaços.

No Brasil os trabalhistas no poder possuem grande aceitação popular, com Dilma Rousseff (recém-PT), indicada pelo trabalhista Lula da Silva, para coordenar um Estado que por muitos séculos se fez monárquico, sem um rei personificado, talvez gerido por grupos sociais definidos. Os embates são intensos no sentido de tornar a política um território privado, mas que, entretanto, não passa pelo crivo da ética, teoricamente moldada pelo direito de resistência da população marginalizada do poder centralizado. Os partidos que são pegos na contravenção são aqueles (ou parte dele) ligados à onda do mercado privatista.

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Nesta mesma análise, a Europa vive o caos diante da crise econômica que assola a população de países tradicionais, como Espanha, Portugal, Grécia e Estados Unidos (este na América do Norte), para ficarmos como alguns exemplos. Politicamente são nações convivendo com o sofrimento para a escolha de um nome que possa representar os desejos sociais, quando há desígnios conservadores empresariais para o comando do sistema econômico, que atinge a todos.

No final, a corda estica, e quase arrebenta, pela dificuldade de negociação em um campo que para um ganhar milhares precisam perder. A política que está aferrada nas lógicas institucionais econômicas perde sua força de representação popular, de fato. Assim, nem esquerda, nem direita, pois todos dependem dos recursos de uma economia, a qual é o motor da sociedade moderna, gerido por uma minoria global, em comunicação com a local em diferentes nações – ainda assim uma minoria.

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Nos Estados Unidos, a vitória do democrata Barack Obama ainda chama a atenção. Um país de etnias divididas, quando formam classes do poder, o homem de origem africana chega democraticamente a Casa Branca. Como análise, trata-se do princípio de negociação no sentido de evitar a perda de poder hegemônico, dos falcões, de uma nação questionada por sua polícia internacional.

Internamente, os movimentos populares são visíveis com milhares de jovens em Wall Street exigindo redução do poder do mercado, principalmente dos bancos, em prol de uma sociedade formada por 99% de pessoas excluídas – inclusive a classe média. Um conservador não teria muitas chances de receber votos desta maioria, sobretudo na atualidade. Obama, como mediador dos conflitos, com isso, deverá ser o vencedor das próximas eleições.

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Na América Latina, Argentina e Venezuela vivem o drama de enfrentar a força do mercado financeiro, quando os representantes políticos, eleitos pela população pobre da região - maioria esmagadora -, reduz o tamanho de grupos estrangeiros na região. Neste movimento mexe com famílias importantes de origem local, com ramificação externa, responsáveis para intrumentalizar o mercado através da política complacente com a ordem global. Assim, com frequência são nomes de representantes que surgem nas mídias mundiais, fazendo uso da língua portuguesa e espanhola, quando o assunto é local, sendo questionados no tempo presente sobre os procedimentos políticos. Portanto, sofrendo pressão da multidão marginalizada.

Voltando ao Brasil, a privatização da política e do Estado não é uma novidade, pois Demóstenes, Cachoeiras e Perillos sempre existiram. O que é novo é a existência de pessoas, na multidão, que exigem atenção com os princípios fundamentais da coisa pública, mesmo que isso não seja explícito. Os movimentos não parecem locais, mas aglutinam pensamento que atravessam os muros de uma sociedade globalizada. Daí certamente, a grande preocupação com a educação e o espetáculo. O professor mal remunerado e o jogador dos milhões.

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Assim, se vive com as transformações, quando tudo pode mudar; ou não.

 

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Antonio S. Silva é jornalista, mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC/SP, doutorando pela Universidade de Brasília e professor

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