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Político errado no lugar certo: Renan na Comissão de Ética

Quando presidia o Senado, Calheiros, que agora poder julgar seus pares, renunciou acusado de irregularidades

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Rodolfo Borges_247, de Brasília – É o caso típico de o homem errado para o lugar. Depois de ter renunciado à Presidência do Senado, em dezembro de 2007, abatido por uma série de denúncias de irregularidades administrativas, o senador alagoano Renan Calheiros (AL) assumiu nesta quarta-feira 27 uma cadeira de membro do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado. A posse foi vita como um segundo passo da reabilitação política do senador. Se tudo correr como o combinado, o processo iniciado em fevereiro desembocará na eleição de Renan para a Presidência do Senado em 2013. A recuperação do senador foi barganhada pelo PMDB com o governo no início do ano para compensar a perda de influência do partido no setor elétrico.

 O primeiro passo da reabilitação foi dado quando o senador foi indicado líder do PMDB na Casa e passou a comandar a maior bancada do Senado, com 19 parlamentares. Antes de renunciar à Presidência, há quatro anos, Renan conseguiu se manter no cargo por quase sete meses debaixo de fogo pesado, mas acabou sucumbindo às pressões.

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Durante o período em que presidiu o Senado, Renan foi acusado de ter suas despesas com pensão e aluguel do apartamento em que vivia a jornalista Mônica Veloso, com quem tem uma filha, pagas pelo lobista Cláudio Gontijo, da construtora Mendes Júnior. O senador também foi denunciado pela utilização de seu cargo para interceder a favor da cervejaria Schincariol no INSS e na Receita Federal. Outra denúncia foi a utilização de notas frias para legitimar a venda de seu rebanho bovino por R$ 1,9 milhão, identificada pela Polícia Federal. Uma quarta acusação, feita pelo advogado Bruno Lins, dava conta de que Renan favorecia políticos do PMDB por meio de um esquema de desvio de recursos do governo. Junto com a acusação de adquirir veículos de comunicação em Alagoas por meio de laranjas, o senador somou cinco representações por quebra de decoro parlamentar. Este é o político que, a partir de agora, terá, também, a incumbência de julgar o comportamento ético de seus pares.

O CONSELHO - Nesta quarta-feira 27, o Conselho de Ética elegeu o senador João Alberto Souza (PMDB-MA) para sua terceira presidência. O Conselho, que estava desativado há dois anos, também contará com o senador Jayme Campos (DEM-MT) como vice-presidente e outros 13 membros, entre eles Gim Argello (PTB-DF), Romero Jucá (PMDB-RR) e Edison Lobão Filho (PMDB-MA), todos do grupo de Sarney e alvo de alguma denúncia de irregularidade nos últimos anos.

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Edison Lobão Filho foi denunciado pelo próprio Conselho de Ética em 2007, sob suspeita de se associar a uma distribuidora de bebidas que sonegou R$ 42 milhões. Já Romero Jucá deixou o Ministério da Previdência em 2005 sob suspeita de garantir empréstimos por meio de fazendas inexistentes. Gim Argello responde no Supremo Tribunal Federal por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

O Conselho de Ética tem a prerrogativa de advertir, censurar, suspender ou determinar a perda de mandato por quebra de decoro. Antes de valer, contudo, todas as decisões devem passar pelo Plenário do Senado.

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