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Poder

Por que Palocci insiste em constranger Dilma?

A presidente no o quer mais na Casa Civil; o PT idem; e a sociedade brasileira, muito menos; apesar disso, ele demonstra imenso apego ao cargo e sinaliza que s sai demitido; que cartas o ministro tem na manga? Ser chantagem?

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Leonardo Attuch_247 – Este texto é um exercício de lógica. Premissa número 1: Dilma Rousseff não quer mais Antonio Palocci como ministro da Casa Civil. Se quisesse, não teria se reunido com todos os líderes do PMDB sem a presença do seu articulador político nem o teria obrigado a prestar esclarecimentos públicos nas entrevistas à Folha de S. Paulo e ao Jornal Nacional (leia mais a respeito). Premissa número 2: o PT também o não o quer. Se quisesse, teria divulgado uma nota de apoio na reunião da Executiva Nacional desta semana e não incentivaria o fogo amigo. Há parlamentares petistas espalhando aos quatro cantos – em off – que o partido está indignado com a apropriação de recursos de campanha pelo ministro milionário. Premissa número 3: a sociedade brasileira, que lhe deu uma segunda chance após o escândalo Francenildo, também o rejeita. E para isso não há necessidade de Ibope, Datafolha ou Vox Populi. Basta pegar um táxi e ouvir a chamada “voz rouca das ruas”.

Diante disso, qualquer pessoa equilibrada (o que Palocci parece ser) faria o que se espera de um homem de bem: pediria para sair, evitando maiores danos a um governo que começou navegando de vento em popa, com 70% de aprovação popular, mas que vê seu capital político se esvair rapidamente. Mas, não. Palocci age de outra maneira. No Jornal Nacional, ele deixou claro que só sai demitido. Ou seja: ele insiste em constranger a presidente Dilma Rousseff.

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Na entrevista à Globo, o ministro disse que não há uma crise de governo, mas apenas um problema que envolve a sua pessoa. NÃÃÃÃO, Palocci. Você está redondamente enganado e sabe muito bem disso. Se a crise não fosse de governo, um parlamentar como o carioca Anthony Garotinho não diria que Palocci é hoje um “diamante de R$ 20 milhões”, aludindo ao seu patrimônio (talvez subestimado por Garotinho). Político esperto que é, o ex-governador do Rio quer se valer da chantagem em torno do caso Palocci para aprovar a PEC 300, uma proposta de emenda constitucional, que equipara os salários dos policiais de todo o Brasil aos de Brasília, que são os mais altos do País. O tamanho da conta: R$ 40 bilhões. E se a crise não fosse de governo, os líderes do PMDB não estariam esfregando as mãos e “lambendo os beiços” dizendo que ela só acaba quando o governo entregar todos os cargos nos ministérios e no segundo escalão. O fato é que Palocci hoje custa muito caro a Dilma, ao PT, ao governo e à sociedade brasileira. Preservá-lo significa rasgar “o meu, o seu, o nosso dinheiro”, como diria Armínio Fraga – um dos ídolos de Palocci.

Sendo assim, é lícito imaginar que pode haver algo maior por trás disso. Que carta o ministro da Casa Civil tem na manga para causar tanto constrangimento a uma presidente que inspirava bons augúrios? Num texto anterior, este Brasil 247 argumentou que se Palocci não saísse rápido da Casa Civil, tornaria ré uma mulher inocente (leia mais), parodiando o que Roberto Jefferson havia dito de José Dirceu na crise do Mensalão. Palocci foi o coordenador de campanha presidencial de Dilma Rousseff em 2010. Sabe quanto e como cada um dos doadores pagou durante o processo eleitoral. Será isso? Não parece haver outra explicação.

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Mas Dilma não deveria se intimidar. Se, depois da entrevista desta sexta-feira, ela não tomar a decisão de demitir Palocci, seu governo terá jogado no lixo um capital político extraordinário, raras vezes visto na história brasileira. Seria uma pena.

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