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Por que parou, parou por quê?

Previa-se que a presidente Dilma Rousseff designasse em dezembro os sete integrantes da Comissão Nacional da Verdade. Não o fez até agora

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Previa-se que a presidente Dilma Rousseff designasse em dezembro os sete integrantes da Comissão Nacional da Verdade. Não o fez até agora, talvez porque a disputa esteja muito acirrada nos bastidores. No final de setembro, apresentei minha anticandidatura, neste artigo. A repercussão foi pouca e houve até quem me acusasse de estar de olho no pro labore. Quanto maucaratismo! Se me introduzi como anticandidato, foi por se tratar muito mais de uma tomada de posição.

Estava careca de saber que a chance de ser escolhido era quase nenhuma. Meu nome tem pouquíssimo trânsito nos círculos oficiais e a imprensa burguesa tudo faz para me ocultar do grande público. Então, vistas as coisas com realismo, só mesmo se a moeda caísse em pé.

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Afora que, ao contrário da turma do obaoba, eu tenho plena consciência da pedreira que será tal tarefa. Se a assumisse, por questão de personalidade, não me limitaria a posar e dar entrevistas enquanto assessores descascassem o abacaxi. Seria para arregaçar as mangas e trabalhar duro.

Ora, já não estou mais na idade em que me entusiasme a perspectiva de carregar o mundo nas costas. Há atividades mais amenas para eu me dedicar.

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O que realmente me moveu foi:

- o fato eu de estar pregando algo assim desde agosto de 2008 (ver aqui), quando ficou claro para mim que os torturadores não seriam punidos criminalmente – por questão de coerência, sinto-me agora obrigado a fazer tudo que estiver a meu alcance para que a Comissão cumpra bem sua tarefa;

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- a importância que eu dou ao veredicto final do estado brasileiro sobre a ditadura, pois estabelecerá um parâmetro para o futuro – a condenação inequívoca dos torturadores, mesmo que desta vez não seja acompanhada de punição concreta, tornará mais difícil eles safarem-se numa próxima vez, servindo, portanto, para desestimular o golpismo; e

- a postura liquidacionista de parte da esquerda que, ao pregar o boicote, colocou-se contra a única (pequena) vitória que ainda podemos obter – eu mesmo qualifiquei a Comissão de prêmio de consolação face ao mais do que previsível não acatamento por parte do Governo da decisão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos mas, melhor do que sairmos com as mãos abanando, sempre será.

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De resto, reitero: mais do que a mim mesmo, gostaria de ver na Comissão o companheiro Ivan Seixas, por sua atuação incansável contra os carrascos da ditadura e pelo magnífico papel que desempenhou no episódio das ossadas de Perus; e algum representante do Tortura Nunca Mais, como tributo à determinação e coragem da equipe que produziu o Brasil: nunca mais, encabeçada pelo imprescindível D. Paulo Evaristo Arns.

Celso Lungaretti é jornalista, escritor e autor do livro Náufrago da Utopia.

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