“Povo tem direito de saber”, diz Lula sobre documentos secretos

A decisão do governo federal de manter o sigilo eterno de algumas informações foi criticada na quarta-feira pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A declaração foi dada após aula-espetáculo do escritor Ariano Suassuna, em São Bernardo do Campo (SP). Lula disse que o sigilo eterno só é válido em situações que tenham o envolvimento de outros países. "Sigilo eterno não, não existe nada que exija sigilo. Acho que tem de ter um prazo, a não ser que seja um documento de Estado, que precisa ter mais cuidado. Mas o restante, acho que o povo tem mais é que saber." O projeto sobre o assunto encontra-se em tramitação no Senado. Um dos principais adversários da proposta é o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP). Recentemente ele comparou a abertura dos arquivos ao vazamento de informações por parte do WikiLeaks. "Não se pode fazer um WikiLeaks da história do Brasil", defendeu Sarney.

Lula esteva na plateia dos admiradores de Suassuna. O escritor dedicou sua aula-espetáculo ao ex-presidente e ao seu governo. "Eu votei nele todas as vezes, já votei nele várias vezes e votarei de novo se for o caso", disse Suassuna. Suassuna comparou a gestão Lula ao governo de Getúlio Vargas, que em sua opinião, "lutou pelos mais pobres". "Eu sou a favor da boa política, como Lula faz. A boa política é a arte de promover o bem comum", afirmou Suassuna.