'Professor' pediu e 'doutor' protegeu Cavendish
Nova gravao revela ligao entre contraventor preso pela PF e dono da Delta Engenharia; Carlinhos Cachoeira, o 'professor', pede ao senador Demstenes Torres, o 'doutor', que impea a convocao de Fernando Cavendish a comisso de investigao da Cmara; atendido; suspeita-se que Cachoeira seja scio informal da Delta em Gois
247 – Uma gravação divulgada neste sábado indica que o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) usou novamente de sua posição política para fazer favores ao contraventor Carlinhos Cachoeira, investigado e preso pela Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, acusado de chefiar uma quadrilha de jogos ilegais na região de Goiás. Desta vez, o favor envolveu o empresário Fernando Cavendish, dono da construtora Delta Engenharia, conforme noticiado em reportagem publicada no jornal Folha de S.Paulo.
Segundo o jornal, transcrições de gravações revelam que Cachoeira pediu ajuda a Demóstenes para proteger Cavendish. A ideia era que o senador impedisse a convocação do empresário para depor numa comissão da Câmara, em maio do ano passado. “Manda ele tirar o requerimento”, diz Cachoeira a Demóstenes em referência ao delegado Waldir, do PSDB de Goiás, a quem se refere como “malandro”, responsável pelo requerimento na Comissão de Finanças para convocação do dono da Delta.
Segundo o delegado, o pedido de convocação foi feito para apurar suspeitas de fraudes na prefeitura de Goiânia. "Mas a convocação não saiu". Ele disse à Folha que o PT e o PMDB também atuaram para barrar a convocação. Na conversa com Cachoeira, Demóstenes tranquiliza o empresário de jogos ilegais, garantindo que o pedido não seria aprovado.
Outra gravação divulgada anteriormente (leia mais aqui) revelou uma conversa entre o bicheiro e o delegado Fernando Byron da Polícia Federal, que atuava como seu informante sobre possíveis ações contra a construtora. Promotores envolvidos na Operação Monte Carlo suspeitam de que Cachoeira era uma espécie de sócio informal em Goiás. A construtora desembarcou no Cerrado em 2006. Naquele ano, faturou R$ 5,5 milhões no estado. Hoje, os contratos somam R$ 276 milhões e também abrangem diversas prefeituras.
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