PSDB prepara estratégia para rejeitar texto da CPI
Reunião marcada na véspera da votação do relatório de Odair Cunha tenta garantir apoio do PMDB; dos dois lados, Carlos Araújo (PSDB) e Jilmar Tatto (PT) ameaçam legenda
247 – Está marcado para a noite de hoje uma reunião do PSDB para arquitetar o contra-ataque contra o relatório da CPI do Cachoeira, que será apresentado amanhã pelo deputado Odair Cunha (PT-MG).
Numa tentativa final, os tucanos barganham os votos do PMDB para enterrar o texto. O grupo dos parlamentares contrários diz contar com 18 votos, metade do número de integrantes da CPI. "Estamos pedindo para que o PMDB não interfira no convencimento de seus deputados na comissão. Havendo, o PSDB vai compreender como movimento contrário, o que vai gerar conversas e acertos sobre a presidência [da Câmara]", disse o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), integrante da CPI.
Os tucanos partiram para o ataque contra Odair por ter "politizado" o relatório ao colocar como principal alvo das investigações o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB).
Além disso, o petista excluiu pontos polêmicos do texto, como o pedido de indiciamento de jornalistas, dentre os quais Policarpo Júnior, da revista "Veja", e o pedido ao CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) para investigar o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, por não ter levado adiante a investigação da Operação Vegas.
Numa "saia justa", o PMDB também foi ameaçado pelo PT. Para o líder do partido, Jilmar Tatto (SP), se o partido não apoiar o relatório de Odair, a campanha do deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) à presidência da Câmara, será impactada.
"O PT vai manter o compromisso com a candidatura do Henrique para presidência. Mas é evidente que não pode ter ruído nesse processo até o dia 1 de fevereiro. O PMDB pediu para tirar o Roberto Gurgel e o Policarpo Júnior e tiramos. Se agora não votarem no relatório nós consideraremos isso como um ruído grave", disse Tatto à Folha.
