PT formaliza pedido de investigação sobre governo FHC
Líder do PT na Câmara, deputado Sibá Machado (PT-AC), entregou nesta quinta-feira 12 uma representação à PGR e ao Ministério da Justiça na qual pede que procuradores e policiais federais envolvidos na Operação Lava Jato ampliem as investigações para desde 1997, durante o governo FHC; documento também foi entregue à diretoria da Polícia Federal; "Tem muitas perguntas que nós entendemos necessárias ter sido feitas e que foram simplesmente esquecidas. E, como tal, esperamos agora uma resposta oficial do Ministério da Justiça", disse o deputado
Tiago Miranda, da Agência Câmara
O líder do PT na Câmara, deputado Sibá Machado (PT-AC), entregou nesta quinta-feira (12) uma representação à Procuradoria-Geral da República (PGR) e ao Ministério da Justiça na qual pede que procuradores e policiais federais envolvidos na Operação Lava-Jato, que apura corrupção na Petrobras, ampliem as investigações. O objetivo é analisar possíveis crimes cometidos desde 1997, ou seja, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC). O documento também foi entregue à diretoria da Polícia Federal.
Na opinião de Sibá Machado, faltam perguntas a serem feitas ao ex-gerente executivo de Engenharia da Petrobras Pedro Barusco: "Tem muitas perguntas que nós entendemos necessárias ter sido feitas e que foram simplesmente esquecidas. E, como tal, esperamos agora uma resposta oficial do Ministério da Justiça."
Barusco afirmou em delação premiada, em novembro de 2014 e divulgada na última quinta-feira (5), que recebeu propina na contratação de um navio-plataforma com a holandesa SBM Offshore, em 1997, durante o governo FHC. Naquela época, o ex-gerente disse que recebeu propinas mensais de até 50 mil dólares. Barusco, também na mesma delação premiada, afirmou que o PT recebeu entre 150 milhões e 200 milhões de dólares de propina, entre 2003 e 2013, nos governos Lula e Dilma.
De acordo com Sibá Machado, a investigação da Lava Jato focou apenas o período posterior a 2003, apesar desse depoimento de Barusco. A representação pede que Ministério Público, Polícia Federal e Ministério da Justiça instaurem uma investigação para apurar crimes de Barusco antes de 2003 e, caso já tenham começado o procedimento, pede acesso aos resultados.
Credibilidade das denúncias
O líder do PSDB, deputado Carlos Sampaio (SP), respondeu que o partido não teme ampliar a investigação. "Se nós vamos dar credibilidade a Pedro Barusco, aqui fica um compromisso público: vamos, sim, ouvi-lo e investigar desde 1997", disse.
O parlamentar tucano defendeu receber mais detalhes sobre a princial denúncia feita por Barusco em delação premiada, "a de que o PT recebeu entre 150 milhões e 200 milhões de dólares de propina em 90 contratos da estatal com grandes empresas, entre 2003 e 2013, durante os governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff".
CPI da Petrobras
Outra frente de ação do Partido dos Trabalhadores é tentar ampliar as investigações da CPI sobre a Petrobras para atos anteriores a 2005. Em dois dias, o PT conseguiu 105 assinaturas, das 171 necessárias, de deputados de 16 partidos para aumentar o tema da comissão.
A expectativa do partido é conseguir mais deputados para assinar o pedido até a instalação da CPI, marcada para depois do Carnaval. Pelo requerimento, a comissão protocolada pela oposição quer investigar a prática de irregularidades na Petrobras entre 2005 e 2015.
O pedido de ampliação da CPI foi defendido pelo líder do Governo, deputado José Guimarães (PT-CE), nesta terça-feira (10) em Plenário.
Segundo o ato de criação, a CPI terá 26 membros titulares e igual número de suplentes, mais um titular e um suplente atendendo ao rodízio entre as bancadas não contempladas.
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