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    PT pede cassação do mandato de Bolsonaro

    Grosserias dirigidas por deputado contra presidente Dilma - "se o teu negcio amor com homossexual, assume", disse ele na tribuna da Cmara - irritam PT; lder do partido na Cmara entra com pedido no Conselho de tica para cassar mandato do bravateiro

    PT pede cassação do mandato de Bolsonaro (Foto: RENATO ARAUJO/ AGÊNCIA BRASIL)
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    247 – O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) pode pagar com o próprio mandato por sua língua solta. As críticas que ele fez ao kit anti-homofobia produzido pelo Ministério da Educação e buscaram atingir a pessoa da presidente Dilma Rousseff foram longe demais, na avaliação dos integrantes da bancada federal do PT, o partido da presidente. Ontem, o líder da agremiação na Câmara, Paulo Teixeira, entrou com pedido de representação contra Bolsonaro junto ao Conselho de Ética da Casa, para pedir a cassação dele. A acusação é falta de decoro parlamentar em razão da seguinte afirmação: “O kit gay não foi sepultado ainda”, disse Bolsonaro, na tribuna da Câmara, ontem. “Dilma Rousseff, pare de mentir. Se gosta de homossexual, assume. Se teu negócio é amor com homossexual, assume. Mas não deixe que essa covardia entre nas escolas de 1º grau”, completou. O deputado Domingo Dutra (PT-MA), que presidia a sessão, determinou que as afirmações fossem excluídas das notas taquigráficas.

    Primeira vice-presidente do Senado, a senadora Marta Suplicy (PT-SP) pediu ao presidente da Câmara dos Deputados, deputado Marco Maia (PT-RS), que adote providências para punir o deputado JairBolsonaro (PP-RJ) por falta de decoro parlamentar. Marta disse que, em discurso no início da tarde, o deputado teria dito que a presidente Dilma Rousseff deveria "assumir logo se o seu negócio é amor com homossexual". Ele protestava contra a campanha do governo para combater a homofobia nas escolas.

    A senadora disse que, "como mulher, como mãe, como senadora, como vice-presidente do Senado", não podia se calar diante das palavras de Bolsonaro. Ela acredita que as providências contra Bolsonaro são necessárias para evitar que ele continue ofendendo as pessoas. "Sinto muito a falta de decoro parlamentar desse deputado, que tem ofendido cidadãos comuns e agora até a presidente da República", justificou.

    Marta disse que a falta de decoro de Bolsonaro se deve não por ele dizer que a presidente Dilma possa ser homossexual, mas, sim por fazer insinuações a respeito da sexualidade da presidente da República, "quando a opção sexual de qualquer ser humano é uma questão de foro íntimo". Ela disse ainda que resolveu se manifestar sobre o fato por causa da "indignidade do pronunciamento e pelo absurdo".

    Segundo ela, o deputado teria dito: "Dilma Rousseff, pare de mentir! Se gosta de homossexual, assuma! Se o seu negócio é amor com homossexual, assuma, mas não deixe que essa covardia entre nas escolas do primeiro grau".

    No seu entender, a presidente tem se posicionado na luta pela conquista de direito dos homossexuais, "está indo muito além da conta". "Uma coisa é você se posicionar, se colocar, outra coisa é ir além do que é o respeito a qualquer cidadão e, principalmente, a uma mulher que hoje ocupa a Presidência da República", defendeu.

    Abaixo, notícia publicada por 247 sobre o discurso de Bolsonora na tribuna da Câmara:

    247 – Não satisfeito com a fama que conquistou depois de conceder uma entrevista com diversas afirmações preconceituosas ao programa CQC, da Band, em março deste ano, o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) soltou outra pérola nesta quinta-feira: questionou a orientação sexual da presidente Dilma Rousseff.

    Durante seu discurso na tribuna da Câmara, o parlamentar não se limitou a criticar as medidas políticas anti-homofóbicas do governo, como de costume, e soltou: “Dilma Rousseff, pare de mentir! Se gosta de homossexual, assuma! Se o seu negócio é amor com homossexual, assuma, mas não deixe que essa covardia entre nas escolas do primeiro grau!”. A frase foi dita após a apresentação de mais um kit anti-homofobia desenvolvido pelo Ministério da Educação.

    Em entrevista ao portal Terra Magazine, Bolsonaro negou ter questionado a orientação sexual de Dilma e apontou a “língua portuguesa” como a principal culpada pela dupla interpretação de sua frase. “No meu discurso de hoje, perguntei se ela estava mentindo e pedi que ela explicasse sua relação com os homossexuais. A nossa língua portuguesa permite um montão de interpretação. Eu não chamei a Dilma de homossexual. Eu posso até pensar o quiser contra ela, mas não vou desqualificar o nível da importância do que está sendo tratado aqui”, justificou-se.

    Não é a primeira vez que Jair Bolsonaro atribui à má interpretação da língua suas declarações polêmicas. Durante a entrevista ao CQC, o capitão da reserva foi preconceituoso e teve suas pérolas em destaque na internet durante vários dias seguidos. A principal delas foi a resposta a uma pergunta de Preta Gil: “Se seu filho se apaixonasse por uma negra, o que você faria?”. A cantora negra recebeu como resposta: “Eles não vivem num ambiente que lamentavelmente é o teu”.

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