Quem tem medo de Russomano?
Com subida de sete pontos porcentuais no Datafolha desde janeiro, deputado do PRB aparece com 24% de intenções na pesquisa divulgada hoje, atrás apenas de José Serra, com 31%; ele representa um paredão a ser ultrapassado por Haddad, Chalita e Soninha, cada qual com 6%; é fácil?
247 - Um dogma da eleição para a Prefeitura de São Paulo está caindo por terra. É o de que a candidatura do deputado federal Celso Russomano, do PRB, não deve ser levada a sério. A julgar pelos resultados da pesquisa Datafolha divulgada nesta quarta-feira 27, o público, cada vez mais, de maneira persistente e decidida, não parece concordar em nada com essa tese nascida em rodas de políticos e intelectuais. Empunhando há quase duas décadas, à sua maneira peculiar, a bandeira da defesa do consumidor, Russomano, deputado federal no quarto mandato consecutivo, está colhendo os frutos da sua popularidade. Ele aparece com 24% das intenções de voto para prefeito, expressivos sete pontos além da marca que conquistara no levantamento de janeiro. Ninguém cresceu mais que ele – e à frente dele só está José Serra, do PSDB, agora com 31%.
Com 6% cada, nem mesmo a soma dos índices obtidos pelos terceiros colocados Fernando Haddad, do PT, Soninha Francini, PPS, e Gabriel Chalita, PMDB, pode incomodar Russomano. Mesmo os 18% da adição entre eles estaria longe de chegar à margem de erro que poderia pressionar o candidato do PRB. No quadro atual, um segundo turno iria ocorrer entre Serra e Russomano.
Impulosionado pelo programa de TV Patrulha do Consumidor, exibido pela Rede Record, Russomano perderá este trunfo a partir da sexta-feira 29, quando irá oficializar sua candidatura. A esperança dos adversários que aparecem bem longe em seu retrovisor é a de que Russomano perca força e termine por ser ultrapassado ao longo da corrida. Acredita-se que ele poderá até mesmo desistir da disputa, em nome de uma aliança com um dos candidatos. O próprio Russomano, porém, rejeita essa possibilidade e toma fôlego para manter sua curva em ascensão.
À primeira vista, Fernando Haddad, do PT, é quem mais perde com o bom posicionamento de Russomano. Identificado com o ex-governador Paulo Maluf, de quem já foi correligionário no PP, Russomano assimila hoje muitas das intenções de voto do que restou do malufismo. Haddad, que com o ex-presidente Lula foi aos jardins do próprio Maluf firmar uma aliança, quer para si essa parcela do eleitorado. Porém, em relação ao último Datafolha, em que surgira com 8% de intenções, Haddad perdeu dois pontos porcentuais – um indicador de que a manobra para atrair o voto à direita não deu o resultado imediato que o próprio Haddad esperava. Para quem não tem medo de Russomano, é melhor, pelo menos, respeitá-lo.
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