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Reforma ministerial no governo Lula gera tensão entre aliados em busca de maior espaço político

PP e Republicanos se aproximam do Planalto, enquanto PSB e PDT reivindicam reconhecimento e mais participação no governo

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: REUTERS/Johanna Geron)

247 - À medida que a reforma ministerial se aproxima, as movimentações políticas para fortalecer a base governista ganham destaque. PP e Republicanos, que estão prestes a formalizar a adesão ao Planalto, já possuem representantes indicados em cargos do segundo escalão e buscam calcular quantos votos cada bancada pode contribuir caso suas demandas sejam atendidas. Por outro lado, PSB e PDT mostram crescente insatisfação com as mudanças previstas e reivindicam maior reconhecimento no governo, destaca o jornal O Globo.  

Nos bastidores, o Republicanos destaca sua proximidade com o governo, citando o líder da sigla na Câmara, Hugo Motta (PB), que possui sua esposa, Luana Medeiros Motta, ocupando cargo na Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). Outra indicação é a do deputado Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) para o primeiro escalão, com uma pasta ainda a ser confirmada, devido à sua boa relação com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

No caso do PP, Anderson Possa, diretor de negócios do Banco do Nordeste, é próximo de nomes da sigla e foi indicado durante a gestão Bolsonaro, período em que o presidente do PP, senador Ciro Nogueira, chefiava a Casa Civil.

Enquanto PP e Republicanos consolidam suas posições na base governista, PSB e PDT expressam descontentamento com a demora em definições da reforma, reivindicando pastas mais relevantes e com margem para implementar políticas públicas em suas áreas de atuação. A pressão aumenta, e deputados do PDT até ensaiam a possibilidade de rompimento.

O PSB, que possui 15 deputados, está à frente de três pastas importantes, como Justiça e Segurança Pública, Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, e Portos e Aeroportos. A bancada cobra reconhecimento e maior valorização de suas contribuições à base governista.

Ainda de acordo com a reportagem, enquanto os ânimos se acirram na base, a leitura do governo é de que a situação atual, em que cada voto precisa ser conquistado individualmente, é insustentável no longo prazo, destacando a necessidade de uma base mais previsível e unificada.

As negociações para acomodar os partidos aliados devem avançar a partir desta semana, com o retorno do presidente Lula a Brasília. Enquanto isso, as votações na Câmara estão travadas, com PP e Republicanos pressionando por definições de cargos antes de avançarem com a pauta legislativa.