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Poder

Roberto Amaral: PSDB e MDB estão em extinção, e Ciro está 'doente'

"Hoje vemos o fim do PSDB", afirmou o cientista político. "O MDB também se acaba nessas eleições", acrescentou. O analista afirmou que Ciro Gomes é "doente", de "traços paranoides"

Roberto Amaral (Foto: Divulgação)
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Por Eduardo Maretti, da RBA - Considerando um cenário em que a democracia e a normalidade do processo eleitoral prevaleçam, no qual as ameaças do bolsonarismo se reduzam a bravatas, dificilmente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixará de se eleger. Porém, a eleição presidencial, em seu primeiro turno, está a quase cinco meses e as forças políticas empenhadas em pôr fim à trágica era Bolsonaro precisam manter a concentração. “Não sou, por assim dizer, crente em pesquisas. Leio as pesquisas como tendências de momento, que podem ser alteradas por um fenômeno, um fato novo, medidas do governo”, pondera o ex-presidente do PSB e cientista político Roberto Amaral, em entrevista à RBA.

Ele menciona uma série de fatores da atual conjuntura que podem pesar no processo meses até a eleição. A importância do Brasil no cenário internacional; a crise mundial, considerando a guerra entre Rússia e Ucrânia e também os fatores econômicos; eventuais medidas (eleitoreiras) do governo; os mais de 16 bilhões do Orçamento referentes a emendas de relator, que Bolsonaro disse que ajudam “a acalmar o Parlamento”, e que servirão para aliados despejarem em suas bases na campanha.

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“São muitas variantes. Se as eleições fossem hoje, dificilmente Lula perderia. Mas está cedo para cantar vitória”, alerta Amaral. É preciso lembrar, segue Amaral, que a esquerda e o campo progressista “estão totalmente fora do aparelho estatal e das instituições, e têm uma presença diminuta no Congresso”, ressalta. Hoje, os agentes dominantes na política nacional são a direita militar e o Supremo Tribunal Federal, “uma instituição conservadora”, sublinha. Ou seja: “A sustentação democrática está nas mãos de um poder conservador, o Judiciário”. Para ele, “é um quadro preocupante”.

Por isso, “estamos depositando tudo na eleição do Lula, e todas as preocupações positivas são em função da eventualidade da eleição de Lula”, diz o ex-ministro de Ciência e Tecnologia do primeiro governo petista.  “Não estou dizendo se está certo ou errado. É uma contingência histórica.”

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Legendas em extinção e Ciro Gomes

A “falecida terceira via”, como classifica Amaral, de fato não parece fadada a dar frutos. “Hoje vemos o fim do PSDB – um partido que se autodissolve de forma patética. O trabalhismo se acaba, seja como for que se queira examiná-lo: pela vertente varguista, pela herança de Brizola (fundador do PDT) ou pelo excremento em que se transformou o PTB do Roberto Jefferson. E o MDB também se acaba nessas eleições”, analisa.

Sobre Ciro Gomes, que já foi um dos mais importantes quadros da centro-esquerda do país, ex-ministro da Integração Nacional e colega do próprio Amaral no governo Lula, o cientista político afirma que “hoje é um quadro doente. Tem traços paranoides. Essa fixação dele com Lula é doentia. Um camarada com a projeção que já teve, e que reduziu a sua vida, o seu projeto, a uma mágoa. Isso é uma paranoia. Não consegue ver nada além do Lula, e na medida em que mais Lula se fortalece ou não se fortalece, mais aumenta a irracionalidade dele”, diz o ex-presidente do PSB. “O Ciro com o qual eu convivi um pouco antes do governo, durante e um pouco depois do governo, que foi do PSB, era um quadro totalmente diferente desse que está aí.”

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Golpe híbrido, sem tanques

Por fim, a pergunta: acredita em golpe? O Brasil resiste à tentação de Bolsonaro e do grupo militar golpista que o cerca? “Não descarto nada”, responde Amaral. Para ele, um golpe no sentido clássico (militares colocando tanques nas ruas) é inviável, “para tomar ou manter o poder, com ou sem Bolsonaro”.

“Mas vejo uma continuidade do golpe. Estou pensando em golpe híbrido. Que começa a se instalar em 2016 e vem avançando, mudando a estrutura institucional brasileira, com privatizações, restrições dos direitos trabalhistas e previdenciários, controle do orçamento pelo Congresso, orçamento secreto de R$ 16,5 bilhões, pronunciamentos permanentes dos militares. Tudo isso é aprofundamento do que chamo de golpe híbrido”, destaca o ex-ministro de Lula.

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