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      Sakamoto: Temer prioriza arrocho social e evita mexer no andar de cima

      Jornalista Leonardo Sakamoto destaca que o pacote de medidas para a economia anunciado nesta terça-feira, 24, pelo presidente interino Michel Temer e pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, prevê teto de gastos e deve engessar despesas fundamentais na Saúde e Educação, precarizando ainda mais a qualidade do serviço público; para a parcela mais rica da população, entretanto, não houve incômodo; taxação de lucros e dividendos de empresas, regulamentação de um imposto sobre grandes fortunas, ou aumento na taxação de grandes heranças não foram mencionados no pacote de Michel Temer

      Jornalista Leonardo Sakamoto destaca que o pacote de medidas para a economia anunciado nesta terça-feira, 24, pelo presidente interino Michel Temer e pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, prevê teto de gastos e deve engessar despesas fundamentais na Saúde e Educação, precarizando ainda mais a qualidade do serviço público; para a parcela mais rica da população, entretanto, não houve incômodo; taxação de lucros e dividendos de empresas, regulamentação de um imposto sobre grandes fortunas, ou aumento na taxação de grandes heranças não foram mencionados no pacote de Michel Temer (Foto: Aquiles Lins)
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      247 - O pacote de medidas para a economia anunciado nesta terça-feira, 24, pelo presidente interino Michel Temer e pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, tem como característica principal o arrocho na área de maior impacto na população, a social. 

      Michel Temer pretende aprovar no Congresso um limite para o crescimento da despesa federal, uma emenda à Constituição que proíba a despesa de um certo ano crescer mais que a inflação do ano anterior. Neste teto entram despesas como Saúde e Educação. Para valer, dependerá de aprovação, pelo Congresso, de uma emenda constitucional (o que exige 3/5 dos votos).

      O jornalista Leonardo Sakamoto lembrou que nas últimas décadas, o aumento desses gastos têm sido acima da inflação, em parte para responder às demandas sociais presentes na Constituição de 1988 e tentar reduzir o imenso abismo social do país. E, mesmo assim, a qualidade do serviço público segue insuficiente para a garantia da dignidade da população. Portanto, cada aumento que deixa de ser repassado, é uma situação precária que se cristaliza.

      "Isso não é criminalizar quem é rico, como muito tem se falado toda vez que se toca nesse assunto. Mas rediscutir um sistema que, em todos os momentos, de crise ou de bonança, faz com que os muito ricos sejam poupados, enquanto os mais pobres vão virando geleia. Padrão adotado, a bem da verdade, em maior ou menor grau, por todos os governos desde Tomé de Sousa", diz Sakamoto (leia mais).

      Temer e Meirelles reafirmaram que haverá reforma da Previdência, mas não se sabe quando ou qual. Estão proibidos os aumentos de subsídios (dinheiro que o governo deixa de cobrar ou concede à empresas privadas).

      Para aumentar o caixa, o governo ainda pretende pegar o dinheiro do Fundo Soberano do Brasil, com reserva de R$ 2 bilhões para ajudar no abate à dívida pública, e pedir de volta R$ 100 bilhões repassados ao Tesouro pelo BNDES. Esse dinheiro serviria para abater a dívida pública. Mas não se sabe se o plano é juridicamente viável nem como seria possível abater de fato a dívida.

      Em nenhum momento se falou de medidas que afetem a parcela mais rica da população. Por exemplo, a taxação de lucros e dividendos de empresas, a regulamentação de um imposto sobre grandes fortunas, um aumento na taxação de grandes heranças ou alteração na tabela do Imposto de Renda, cobrando bem mais de quem ganha mais e isentando a maior parte da classe média.

       

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