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Sarney escancara conflito entre o público e o privado

Na fundação que leva o nome e dedica-se a preservar a memória do ex-presidente em São Luís do Maranhão, as despesas com manutenção e funcionários foram estatizadas, mas o patrimônio continua a pertencer à família; na gestão de Roseana, gastos do órgão com pessoal subiram 187% e fez o número de funcionários dobrar, de 22 para 44, todos indicados sem concurso; Ministério Público investiga razão pela qual a antiga ONG não foi liquidada para que os bens fossem transferidos à instituição pública; por que será?

Sarney escancara conflito entre o público e o privado
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247 - A fundação criada pelo governo do Maranhão para preservar a memória do senador José Sarney (PMDB-AP) como presidente da República está sob investigação do Ministério Público. O problema é simples: a filha de Sarney, a governadora Roseana, estatizou parcialmente a entidade. O Estado paga os funcionários e arca com o custeio, mas o patrimônio continua em propriedade da instituição privada.

O Ministério Público alega que a antiga fundação não foi liquidada, exigência legal para que pudesse transferir seus bens à nova fundação, pública. Enquanto isso, a passagem da fundação privada para a pública - iniciada em 2011 pela governadora do PMDB elevou os gastos do órgão com pessoal em 187% e fez o número de funcionários dobrar, de 22 para 44, todos indicados sem concurso.

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O Ministério Público também denuncia que o inventário do acervo, outra exigência legal, nunca foi feito e ninguém sabe o que há no Convento das Mercês, sede da fundação. O prédio, erguido em 1654, é hoje a mais imponente edificação do centro histórico de São Luís.

Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, entre obras de arte, condecorações, livros e objetos acumulados por Sarney ao longo de sua vida pública há uma série de pinturas que retrata o político, familiares e aliados como padres, freiras e apóstolos. A coleção, com cerca de 30 quadros, está em uma sala fechada à visitação.

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Para a Promotoria, os bens e o acervo da nova Fundação da Memória Republicana, incluindo as telas religiosas, estão nesse "limbo": sob tutela pública, mas ligados à fundação privada.

"Considera-se [a situação] uma irregularidde. Adotaremos providências após auditoria", disse à Folha o promotor Paulo Avelar. "Sem inventário há muita dificuldade de detectar o real patrimônio da fundação. Está tudo obscuro. Exemplo: tínhamos lá tantas telas. Hoje não sabemos se estão lá porque não tinha registro."

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No centro da sala "secreta" em que estão os quadros religiosos há uma mesa de reuniões, circundada pelas imagens. Sarney é retratado como cônego (padre). Sua mulher, Marly, como freira. Roseana aparece como membro de irmandade, levando a faixa de governadora. Os outros filhos do senador, Sarney Filho e Fernando, aparentam estar de apóstolo e discípulo. O ministro maranhense Edison Lobão (Minas e Energia) aparece de hábito religioso.

O Ministério Público deverá começar uma auditoria nos bens e no acervo da fundação em até 30 dias.

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