Se Haddad quer Chalita, a melhor oferta é o MEC

247 – Começou a articulação para que Fernando Haddad se torne prefeito de São Paulo sem concorrência alguma. Depois de acabar com a disputa interna do PT, que rifou nomes como Marta Suplicy, Jilmar Tatto e Carlos Zarattini, o esforço agora se concentra na eliminação de potenciais adversários que fazem parte da base aliada, no plano federal.

Não por acaso, Haddad dirigiu seus primeiros acenos ao deputado Gabriel Chalita, que é pré-candidato pelo PMDB:

- Quando ele foi secretário estadual da Educação, nós pudemos construir a quatro mãos programas importantes como o Fundeb. Elogiei e elogio a postura construtiva que ele teve na eleição do ano passado, de modo que temos um bom relacionamento. Se for decisão dele e do PMDB a manutenção de sua candidatura, vai ter todo o meu respeito.

Para o PMDB, eleger o prefeito de São Paulo seria fundamental para refundar o partido e fazer com que a agremiação voltasse a sonhar mais alto. Mas a candidatura de Haddad, desenhada pelo vice-presidente Michel Temer, perdeu fôlego depois que Wagner Rossi deixou o Ministério da Agricultura. E talvez, diante de Haddad e da máquina petista, o cenário não seja dos mais promissores.

Para Chalita, aceitar a vaga de vice na chapa de Haddad poderia até fazer sentido, uma vez que os dois nomes são ligados à Educação. Chalita defende o ensino em tempo integral e Haddad foi um dos idealizadores dos CEUs. Mas seria pouco para as ambições do PMDB.

O que o partido certamente aceitaria discutir, no cenário atual, seria a entrega do Ministério da Educação, que é responsável pelo Enem e por um orçamento bilionário, para Chalita. E vários pontos conspiram a favor desse projeto: (1) Dilma Rousseff gosta muito de Chalita; (2) o mesmo pode ser dito de Lula e da ex-primeira-dama Marisa Letícia; (3) chegar ao MEC seria uma grande realização para Chalita, que foi secretário de Educação no governo de Geraldo Alckmin.